Um homem morto de joelhos, com um tiro na boca. Outro, executado diante da família, sobre a própria cama. Um terceiro, assassinado com vários tiros pelo tórax, abdômen, braços e pernas.
Continua depois da publicidade
As cenas encontradas pela Polícia Civil nos últimos homicídios registrados em Joinville não são muito diferentes das da onda de violência que obrigou a cúpula da Segurança Pública a colocar em prática uma série de operações especiais na cidade desde o começo do ano. O que mudou é a região.
Leia mais notícias sobre segurança em Joinville e região
Desde o começo do ano, 36 homicídios foram registrados em Joinville, mas nos últimos dias, a maioria dos crimes com a mesma característica de violência tem ocorrido na zona Sul. Dos doze assassinatos registrados em março, oito ocorreram naquela região, nos bairros Ulysses Guimarães, Adhemar Garcia, Itaum, Paranaguamirim e Boehmerwald.
Continua depois da publicidade
Pode ser apenas uma coincidência de números. Mas a Polícia Civil diz já estar de olho na movimentação de grupos criminosos rivais. Não há, nem por parte da PM, nem por parte da Civil, a afirmação de que os últimos homicídios sejam resultado de uma guerra de facções, como ocorreu nos bairros Jardim Paraíso e Aventureiro no começo do ano.
Duas delegacias da Polícia Civil operam na região e a Divisão de Investigação Criminal (DIC) também montou uma operação junto com os grupos de inteligência da própria Civil e da Polícia Militar (P2), sob o comando do delegado João Adolpho Fleury Castilho.
Ele mantém as investigações em sigilo, mas garante que há uma série de investigações ocorrendo paralelamente e que podem resultar, em breve, em novas prisões.
Continua depois da publicidade
Segundo o tenente-coronel Hélio César Puttkammer, comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento na zona Sul de Joinville, ainda é cedo para afirmar que há qualquer ação de facções.
– É prematuro dizer que há a ação de facções. Temos de esperar pela investigação – disse.
Jardineiro executado dentro de casa
O assassinato mais recente ocorreu na noite de terça-feira, no loteamento Juquiá, no bairro Ulysses Guimarães. O jardineiro Elionai Felício, de 48 anos, foi executado a tiros dentro de casa, na presença da mulher e do filho de sete anos. Os vizinhos ouviram um carro chegando e estacionando numa entrada que fica na rua de trás. Três pessoas passaram pelo portão de ferro, dispararam várias vezes e fugiram em alta velocidade.
Continua depois da publicidade
A casa fica perto do último ponto de ônibus do bairro Ulysses Guimarães, numa lateral da Dilson Funaro. Testemunhas disseram à polícia que os três fugiram em um Fiat Palio vermelho. Ninguém foi preso.
Segundo os vizinhos, Felício era conhecido por ser um dos moradores mais antigos do Juquiá, loteamento que começou como uma invasão numa região de mangue no final da rua Dilson Funaro. Ele morava há mais de dez anos na mesma casa. A mulher é empregada doméstica e os dois chegaram a frequentar a igreja evangélica que fica a menos de 200 metros da casa.
Porém, nos últimos meses, ele havia se afastado da igreja e chegou a ser detido mais de uma vez pela PM por causa do envolvimento com o tráfico de drogas. A família dele é de Balneário Barra do Sul.
Continua depois da publicidade
Corpo com sinais de violência
Do outro lado da cidade, na Serra Dona Francisca, o corpo de uma mulher foi encontrado com sinais de violência na terça-feira. A mulher não foi identificada e, segundo o IML, aparenta ter entre 40 e 50 anos. O corpo estava nas margens da SC-418, no distrito de Pirabeiraba, na zona Norte.
De acordo com informações da Polícia Militar Rodoviária (PMR), ela foi encontrada com diversos ferimentos pelo corpo e há suspeita de estrangulamento. Estava sem roupas e sem qualquer tipo de identificação.
Onde ocorreram os 12 homicídios de março:
Zona Sul
Ulysses Guimarães 4
Adhemar Garcia 1
Boehmerwald 1
Itaum 1
Paranaguamirim 1
Zona Norte
Pirabeiraba 1
Saguaçu 1
Vila Cubatão 1
Zona Leste
Jardim Iririú 1