Os relatos vindos de todas as regiões do Brasil geram a sensação de que a violência se generalizou. Se o leitor não foi vítima recentemente, provavelmente conhece alguém bastante próximo que foi. Um parente, um vizinho ou um amigo. A violência afeta, inclusive, uma das principais conquistas de nosso sistema democrático, que é a liberdade de expressão. É isso que ocorre quando indivíduos mal-intencionados se infiltram em manifestações e protestos legítimos e pacíficos para atos criminosos contra outras pessoas, instituições ou o patrimônio público e privado. Participam para destruir e não para construir uma sociedade melhor.

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O ambiente institucional preocupa. Ao lado de outras questões, podemos considerar que a violência já integra o famigerado custo Brasil, tanto para o cidadão quanto para as empresas. Infelizmente, se tornou algo que não pode mais ser desprezado na hora de definir investimentos. E isso é grave, pois deles depende o desenvolvimento, pré-condição para gerarmos os recursos para duas das questões centrais também no enfrentamento do crime: o fortalecimento da educação e a distribuição de renda.

Por isso, não se pode esperar. A sociedade precisa reagir e cobrar providências claras e enérgicas do Estado brasileiro antes que a situação fique incontrolável. A ação do crime organizado, em especial do ligado ao tráfico, precisa ser coibida. Não é possível conviver com a percepção de que assassinatos, roubos, balas perdidas e depredações, junto com a corrupção e a impunidade, sejam algo normal.

O Estado tem o dever não só de agir para impedir as situações de violência, assim como de punir rigorosamente os que as praticam. E as famílias têm o direito de trabalhar e criar os filhos em segurança. Não é pedir muito, não é mesmo?

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