Ações de inteligência e ostensivas são prometidas pelas polícias Civil e Militar e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para estancar a onda de assassinatos em Joinville. Um plano de ação emergencial foi divulgado.

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O próprio governador Raimundo Colombo garantiu que medidas estão sendo executadas, mas que elas são sigilosas e, por enquanto, não serão informadas.

Como o DC mostrou na quarta-feira, já são 19 homicídios na cidade desde o começo do ano, uma média de uma morte a cada dois dias, e os problemas vão além, com famílias amedrontadas na periferia diante do confronto entre duas facções criminosas: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

Jovem é decapitado em Joinville

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A missão é considerada extremamente difícil, já que apenas enviar policiais para marcar presença nas ruas parece não ser a fórmula ideal para resolver o problema – essa medida já foi tomada em outros momentos de crise na cidade, e os crimes continuaram.

Agora, o foco seria associar ações de inteligência com o reforço das equipes especializadas. O governo aposta também nas recentes trocas locais dos comandos das polícias para alcançar melhores resultados.

Na Civil, o delegado Akira Sato deixou o comando da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) em Florianópolis para ocupar a delegacia regional, enquanto na Polícia Militar, o coronel Amarildo Alves (comandante regional) e o tenente-coronel Jofrey Santos da Silva, comandante do 8º Batalhão da PM, assumiram a coordenação das ações na região.

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– Estamos atentos e preocupados. Fizemos mudanças e vamos responder indagações da população. A investigação é prioridade para tirar os autores das ruas e está havendo ações de inteligência com PM e sistema prisional – explica o delegado-geral da Polícia Civil em SC, Artur Nitz, preservando detalhes para não atrapalhar as investigações.

Para o professor de Direito Penal e especialista em criminologia Alceu de Oliveira Pinto Júnior, na situação de crise, a presença policial é fundamental para ocupar espaço em pontos de drogas e estancar as mortes.

– A polícia precisa de uma presença maior. O que não pode é agir apenas depois, como aconteceu no passado em Criciúma, quando mataram uma médica, e em Joinville, quando uma criança foi morta. A longo prazo é preciso investir nessas comunidades da periferia – alerta.

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O aumento do efetivo policial em definitivo só deverá ocorrer em 2017. Até lá, remanejamentos internos administrativos estão sendo feitos pelas chefias, a fim de ampliar o número de policiais na linha de frente operacional e na investigação dos homicídios. Mas o coordenador de relações públicas da Associação dos Praças de SC, Elisandro Lotin de Souza, alerta para o desânimo dos policiais e a necessidade de investimentos na área.

– A culpa desta situação é das autoridades que sempre negaram ou fizeram vistas grossas à existência destes grupos criminosos. O fato é que sem efetivos, sem priorização e sem investimentos, não há como enfrentar isso – diz Souza.

“Precária rede socioeducativa”

Delegado aposentado da Polícia Federal e especialista em segurança com mais de 40 anos de experiência, Ildo Rosa afirma que a cidade conta com uma precária rede de cumprimento das medidas socioeducativas:

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