O Junho Violeta tem como objetivo alertar a sociedade brasileira sobre a conscientização a todas as formas de violência contra a pessoa idosa. Em Lages, a Cáritas Diocesana, através do Projeto de Enfrentamento às Violências Contra a Pessoa Idosa, está realizando ações educativas e de conscientização sobre o tema.

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— São rodas de conversa com pessoas idosas em treze territórios da cidade, distribuição de folders e materiais para a conscientização e prevenção, reuniões com a rede municipal de atendimento, visitas domiciliares à pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social e atendimento individualizado às quartas-feiras na sede da entidade — comenta o advogado Luiz Gonzaga Azzi, que é um dos coordenadores do projeto, integrante do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa e também vice-presidente da Cáritas.

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Luiz ainda lembra que o dia 15 de junho foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência Contra a Pessoa Idosa.

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— A data foi de luta e alerta à população para os diversos tipos de violências contra a pessoa idosa. Um tipo de violência que vem aumentando no Brasil e no mundo — alerta.

Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, nos primeiros três meses de 2024, a Ouvidoria Nacional recebeu um total de 42.995 denúncias de violações contra pessoas com 60 anos ou mais, uma quantidade bem maior do que os registros do mesmo período em 2023, que totalizaram 33.546 e, em 2022, com 19.764 denúncias. Dados da Organização Mundial da Saúde, também apontam que pelo menos 15,7% da população idosa está submetida a um tipo de violência.

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— Analisando esses dados constatamos que um em cada seis idosos sofre violência em todo o mundo. E a mulher idosa é a mais atingida. Nossa grande preocupação é de que muitas dessas situações não são relatadas e denunciadas. E o pior: na maioria das vezes, o idoso tem vínculo com o próprio agressor, que pode ser o filho, filha ou neto. Pelo vínculo emocional, medo de retaliação e de abandono, raramente essas violências são denunciadas — explica Luiz.

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O Ministério dos Direitos Humanos aponta que entre os abusos mais comuns em 2024 estão a negligência (17,51%), exposição de risco à saúde (14,68%), tortura psíquica (12,89%), maus tratos (12,20%) e violência patrimonial (5,72%).

— Todo esse panorama nos mostra que a violência contra a pessoa idosa pode estar mais perto do que se imagina e deve ser combatida. A Cáritas Diocesana mantém o Centro de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e pelo terceiro ano consecutivo vem desenvolvendo um projeto de enfrentamento a esse tipo de violência. Em 2023 e neste ano, estabelecemos parcerias com a Secretaria Municipal de Assistência Social de Lages para acessar o Fundo Municipal do Idoso. Deste modo, conseguimos contratar uma equipe multiprofissional, integrada por uma assistente social, uma psicóloga, uma advogada e uma jornalista — ressalta.

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As atividades com os idosos são realizadas por meio de rodas de conversa com dinâmicas interativas, escuta humanizada e estudo sobre as violências e formas de prevenção. Luiz explica que é a partir das conversas que se trabalha também o empoderamento da pessoa idosa e a melhora da autoestima.

— Nesses momentos a equipe procura estabelecer vínculos com os idosos, que muitas vezes conhecem outros que sofrem violência, e indicam para a equipe realizar visitas e averiguações. Quando a assistente social e psicóloga detectam situações de violência, são feitas orientações e encaminhamentos para a rede de atendimento. E assim vamos rompendo ciclos de violência que envolvem muitos dos nossos idosos da comunidade — conclui.

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Veja fotos das rodas de conversas com idosos

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