Nos primeiros sete meses deste ano, o Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, registrou 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de assassinatos de mulheres no país. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, uma denúncia de violência contra a mulher é feita a cada 3 minutos e 50 segundos.

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Sobre o tema, a CBN Diário entrevistou Michelle de Souza Gomes Hugill é secretária da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid). O órgão vinculado ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e responsável pela fomentação de políticas públicas e institucionais para as mulheres e grupos vulneráveis.

Michelle relatou que 22 casos de feminicídio foram registrados em Santa Catarina este ano. Porém, este número deve ser ainda maior. Por exemplo, na hora de se incluir os processos no sistema, os casos acabam sendo indicados como outro tipo de crime.

Apesar de todo o trabalho realizado para a conscientização sobre os meios para se denunciar e a quantidade de denúncias terem aumentado, ainda há as mulheres que não reportam. Não somente por medo de sofrer mais violência, mas por tentar manter a unidade familiar.

– Violência doméstica é culpa da sociedade, porque o homem foi criado em uma sociedade machista e, muitas vezes, comete a violência doméstica sem saber, pois há aqueles que ainda acreditam que é obrigação da mulher em servi-lo. Nós mulheres também temos que ter consciência para educarmos nossos filhos a não serem machistas – disse a secretária do Cevid.

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Alterações na Lei Maria da Penha

Nesta terça-feira (14), a Câmara dos Deputados aprovou proposta que altera a Lei Maria da Penha, Com as mudanças, delegados e policiais militares estão autorizados a decidirem, em caráter emergencial, sobre medidas protetivas para atender mulheres em situação de violência doméstica e familiar. O texto seguirá para análise do Senado.

– As ações devem mais do que punitivas, precisam ser educativas. (O importante) é discutir o tema e conscientizar toda a sociedade de que a violência doméstica é gravíssima – afirmou Michelle Hugill, sobre o trabalho integrado na rede de proteção à mulher.

O telefone 180 é para receber quaisquer denúncias, não somente sobre as que se referem à violência física contra as mulheres. A central é um canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país. A ligação é gratuita.

Ouça as duas partes da entrevista: