Na retaguarda dos quase 400 tenistas, uma equipe trabalha forte para que os atletas se preocupem apenas em jogar. No Banana Bowl, a mais tradicional competição infanto-juvenil do Brasil e que termina sábado, em Itajaí, não é diferente. Entre profissionais da saúde, árbitros, assessores e coordenadores, são 23 pessoas que atuam nos bastidores.
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O torneio, aliás, tem algumas características que são comuns entre atletas da categoria, mas que causam estranheza para quem está acostumado a acompanhar os profissionais apenas pela televisão. O principal é a ausência de árbitros de cadeira, que só entram a partir das quartas de final. Ou seja, os tenistas contam os próprios pontos disputados na partida. Mas claro que nem sempre a contagem é tranquila.
Em lances mais polêmicos, os árbitros, que ficam circulando entre as quadras de jogo, são acionados pelos atletas. Outra diferença é que não existem os conhecidos boleiros. Cada tenista vai buscar no fundo da quadra quando achar necessário ou requisita para os árbitros.
Uma das pessoas que mais circula pelas quadras é o estudante Valdir Bernardi Neto, de 13 anos. É ele o responsável por acabar com a sede dos atletas. O garoto começou a jogar tênis no início do ano passado, no próprio Itamirim, e logo depois se candidatou para ajudar no Banana Bowl 2012. Gostou tanto que resolveu voltar em 2013.
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– Acho legal participar e sentir o clima aqui. Acho que me motiva ainda mais a continuar no esporte – disse Valdir.
Descontração Nos intervalos das partidas, os atletas aproveitam a estrutura do Itamirim Clube de Campo para se descontraírem. E um dos lugares mais procurados é a sala de jogos. O curioso é que eles deixam as quadras para jogar tênis de mesa.
Nesta quarta-feira à tarde, quem aproveitava um dos videogames eram quatro meninas da Colômbia. Elas jogavam “Just Dance”, um jogo em que os participantes ficam em frente ao aparelho repetindo a coreografia exposta na tela. A música escolhida foi a versão de Sergio Mendes para “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor.
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– Como colombianas, adoramos dançar. Então a gente aproveita este momento para passar o tempo, descontrair – disse María Paulina Perez, de 17 anos.
Ela já foi eliminada da competição, no simples e nas duplas, mas continua na cidade para acompanhar as colegas. E disse que pretende aproveitar ainda mais a estrutura do clube.
O ajustador de raquetes
Um dos mais procurados pelos atletas é Paulo Sérgio de Almeida, de 36 anos. A profissão dele: encordador. É ele o responsável por colocar e ajustar as cordas das raquetes de acordo com o que os atletas pedem.
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Paulo faz isso desde os 14 anos, quando foi contratado por uma loja para ser office-boy, viu os funcionários arrumando as raquetes, achou interessante e começou a fazer também. Hoje, ele está em quase todos os eventos da Confederação Brasileira de Tênis.
– O atleta traz a raquete e, na maioria dos casos, até mesmo a corda. A gente ajusta de acordo com a libragem (unidade de medida usada para definir a tensão dos fios) que ele pretende usar – explica Paulo Sérgio.
Nesta edição do Banana Bowl, ele faz de 35 a 40 raquetes por dia. O encordador explica como funciona a escolha dos atletas pela pressão usada na hora de fixar a corda.
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– Quanto maior a libragem, mais controle da bola ele terá. Quanto menor, maior será a potência do golpe.