Segue nesta quinta-feira o julgamento de 26 acusados de tráfico de drogas na sede da OAB, em frente ao Fórum da Comarca de Gaspar. A investigação que levou à prisão dos réus, todos moradores da cidade, teve início em 2013 e partiu do delegado da Polícia Civil do município, Egídio Ferrari.

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– Percebemos que o cemitério do bairro Santa Terezinha era um ponto recorrente de apreensão de drogas e de comércio de entorpecentes. Depois disto precisávamos saber de onde vinha a droga e quem era responsável pelo esquema – conta.

O monitoramento começou em 2013 e demorou cerca de um ano para o inquérito ser finalmente entregue pela Polícia Civil. As primeiras prisões ocorreram em agosto do ano passado e entre os acusados estão Leudivan Nunes e Charles Ricardo Zuchi, dois dos 14 foragidos do Presídio Regional de Blumenau que escaparam por um buraco na semana passada. A dupla será julgada à revelia, sem estarem presentes.

Segundo informações do delegado, a maioria dos réus possui envolvimento com o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) – facção criminosa que atua em Santa Catarina. Entre os acusados há homens e mulheres, do olheiro do tráfico ao chefe da organização criminosa.

– Conseguimos interceptar ligações que vinham de dentro da cadeia. Eles vendiam droga, mas pagavam dízimo para o PGC. Quando queriam colocar um novo ponto de droga também pediam autorização para eles – explica Ferrari.

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Este é o maior julgamento já feito em Gaspar e o segundo envolvendo réus do PGC no Estado. O maior ocorreu em setembro de 2013, no Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, quando mais de 90 réus acusados de ordenar os ataques foram julgados.

Por motivos de segurança a área da sede da OAB em Gaspar foi isolada e o julgamento ocorre sem público ou imprensa. Agentes do Departamento Administração Prisional (Deap) e do Comando de Operações Especiais (COE) fazem o monitoramento da área para evitar algum tipo de atentado. Quinze advogados fazem a defesa dos acusados durante o julgamento que não tem previsão de conclusão.