Se você aprecia vinho, reserve espaço na sua adega para acomodar garradas da safra 2012 dos vinhos finos de altitude produzidos em SC.

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A falta de chuva dos últimos meses, tão prejudicial a outras culturas, aliada ao frio intenso do inverno resultou numa uva de qualidade excepcional.

A matéria-prima superior não é o único motivo de brinde das vinícolas catarinenses. A colheita de uva deste ano, que começou em março e vai até o fim de maio, ultrapassará 1,3 mil toneladas, premia uma década de trabalho e R$ 200 milhões em investimentos, R$ 1,5 milhão por ano apenas em barricas de carvalho francês, para fazer brotar e vingar o segmento de vinhos finos de altitude _ em que os parreirais estão localizados a mais de 900 metros acima do nível do mar.

As 18 vinícolas organizadas numa associação (Acavitis), concentradas nas regiões de São Joaquim, Caçador e Campos Novos, faturam hoje R$ 30 milhões e comercializam perto de 1 milhão de garrafas de 150 rótulos. A entidade estima que outros 30 serão lançados até 2013. Além disso, a área plantada deve avançar 30% nos próximos três anos, aproximando-se dos 400 hectares.

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O principal mercado para o vinho fino catarinense ainda é o próprio Estado. Mais da metade da produção é vendida em restaurantes, lojas especializadas e nas próprias vinícolas. Mas a consolidação do setor e a qualidade oferecida começam a abrir espaços. Na última edição da Expovinis, em 2011, a maior feita de vinhos da América Latina, seis dos 18 produtores catarinenses foram premiados.

_ É um círculo virtuoso. Houve forte investimento tecnológico, técnico e humano, e agora é a consolidação _ diz Leônidas Ferraz, dono da Vinícola Monte Agudo, de São Joaquim, e presidente da Acavitis.

O Chardonnay Monte Agudo, de São Joaquim, por exemplo, foi escolhido o melhor do Brasil na categoria.

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_ No começo, a escala de produção é pequena, e o custo de comercialização, grande. Mas os nossos vinhos têm muito valor agregado. São caros, mas são bons _ diz Marcos Vian, enólogo da Sanjo, também de São Joaquim.

Para ele, o próximo movimento do setor será o aumento da escala de produção. A ordem será racionalizar os custos e deixar os produtos acessíveis a novos públicos. Hoje as garrafas são vendidas entre R$ 40 e R$ 80, mas há rótulos que alcançam R$ 300.