A cidade que ofereceu as ferramentas para que Vinícius Roveda, 36 anos, transformasse o interesse pela tecnologia em profissão também foi o lugar escolhido por ele para empreender. Hoje, em cenário de destaque internacional, o fundador e CEO da Conta Azul, empresa de software para gestão de micro e pequenas empresas, considera Joinville determinante para o seu crescimento profissional.

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Ligado em tecnologia desde a infância, Vinícius não teve dúvidas ao escolher o curso universitário. A predileção pelo mundo da programação o trouxe à maior cidade do Estado. Ele procurava por um curso de ciências da computação com aulas noturnas para que pudesse trabalhar durante o dia e se manter sem o auxílio financeiro dos pais. O curso mais próximo da sua cidade natal, Soledade, no Rio Grande do Sul, estava no campus joinvilense da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), já na época uma das referências na área de tecnologia. Aos 17 anos, Vinícius mudava-se sozinho, deixando os pais e os dois irmãos.

A cidade com potencial para a cultura de software não deixou que o gaúcho voltasse para a casa após formado. Vinícius trabalhou em algumas empresas da área até resolver montar seu próprio negócio. Durante um ano, foram noites e fins de semana dedicados ao projeto.

– Eu tinha o desejo de fazer algo diferente e que envolvesse um problema que precisasse ser resolvido. Uma necessidade real.

A questão a ser solucionada estava bem próxima a Vinícius. Nos encontros da família da esposa Sulana, não era raro a conversa desembocar em gestão de empresas, ou na dificuldade gerada por ela. Como os empresários que conhecida, Vinícius acreditava que milhões de outros também deviam estar precisando de uma solução urgente para facilitar a organização e o planejamento dos negócios.

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Vinícius sempre acreditou que a empresa de software que planejava teria um impacto positivo, inclusive na economia do país. A ideia era simples: ao ter ajuda para gerir processos e finanças, o dono do negócio ganharia tempo para se dedicar a outros fatores importantes para o crescimento da empresa.

– Eu digo que trabalhamos por uma causa muito nobre: ajudar para impedir a mortalidade das micro e pequenas empresas, para que os negócios deem certo. Isso pode mudar o mundo, e é no que eu acredito.

Embora a ideia fosse boa, vale lembrar que não foi tão fácil lançá-la ao mercado. Foram duas tentativas frustradas. Na segunda, Vinícius chegou a queimar todas as reservas e voltou a morar na casa dos pais. Só na terceira tentativa, em 2011, a Conta Azul foi escolhida pela aceleradora americana 500 Startups e os caminhos do empreendedor se abriram.

Embora hoje a Conta Azul tenha alcançado um faturamento milionário, Vinícius é taxativo em relação às investidas para que a empresa mude para um grande centro.

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– Joinville ofereceu as condições para eu empreender. Acho que acertei muito por ter continuado aqui.

Textos: Rafaela Mazzaro, especial