Mesmo com a agroindústria e a produção agrícola no topo da economia regional, o Meio-Oeste também aposta no desenvolvimento do turismo, principalmente histórico, de águas termais e de vinhos.

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Nas cidades de Itá e Piratuba, as usinas hidrelétricas figuram como pontos de visitação constante, mas não superam o gosto dos turistas pelo calor natural das águas termais. Só em Piratuba, em média 500 mil banhistas visitam as piscinas todos os anos.

Já nos municípios que foram palco da Guerra do Contestado, o apelo é voltado à história, com visitação de locais que abrigaram os guerrilheiros e também da estrada de ferro São Paulo _ Rio Grande, cujo processo de construção motivou a batalha.

Só que o grande triunfo da região ainda é a produção de vinhos, concentrada principalmente nas cidades de Videira, Tangará e Pinheiro Preto. Das 100 vinícolas existentes no Estado, 60 têm endereço no Meio-Oeste.

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Quando o assunto é produção, o número é ainda mais expressivo: cerca de 90% dos vinhos catarinenses são fabricados nestes municípios, cuja economia é centrada basicamente na vitivinicultura e no comércio.

Uma das empresas mais antigas da região, que também abriga o único Museu da Vitivinicultura do Estado, é a Vinícola Panceri, localizada no interior de Tangará. No local, são produzidos 300 mil litros por ano, entre vinhos e espumantes finos de altitude.

A bebida é vendida em diversos estados e até para outros países, com o diferencial de ser produzida em uma das regiões com o clima mais propício para o desenvolvimento das uvas, o que garante harmonia de notas e sabores.

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O turista, que muitas vezes também é consumidor, pode conhecer de perto todo o processo de fabricação e se encantar com o aroma exalado dos barris de carvalho da vinícola. Segundo Celso Panceri, um dos responsáveis pela empresa, o vinho também impulsiona outros setores, como a gastronomia.

– O público é carente de produtos novos. Temos o diferencial do aspecto cultural, da produção familiar de vinhos. SC tem 3,5 mil famílias que vivem da vitivinicultura e o setor impulsiona diversos outros – destaca.

Quem tem interesse em conhecer de perto a produção de vinhos, também pode fazer degustações, comprar produtos a preços acessíveis e passear pelos parreirais e pelos locais onde o líquido precioso é armazenado para amadurecer.

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Na vinícola, também é possível visitar o Museu da Vitivinicultura, que abriga ferramentas rudimentares utilizadas na colheita da uva, artefatos usados na pulverização e utensílios mecanizados. Cenário que retrata a passagem dos quase 100 anos da cultura em SC.

Rótulos da Serra

são premiados

Na Serra catarinense, a vitivinicultura deu seus primeiros passos na década de 1970 com um projeto isolado, e foi ganhando força de forma consistente na economia regional apenas durante a última década. Há 12 anos, Villa Francioni e Quinta da Neve foram as vinícolas pioneiras, seguidas por novas iniciativas.

Em 2005, foi criada a Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavits). Hoje, o setor une 28 associados, fatura R$ 30 milhões por ano, detêm 150 rótulos e planta 300 hectares em São Joaquim, Caçador e Campos Novos, todas regiões acima de 900 metros de altitude, segundo o presidente da entidade, Leônidas Correa Ferraz.

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– Vinhos e turismo estão ligados. Na Serra, as vinícolas garantem visitação não apenas no inverno. É uma forma de minimizar a sazonalidade do turismo na região – diz.

A produção de 1 milhão de garrafas tem rótulos premiados nacional e internacionalmente.

Números do

setor em SC

Santa Catarina tem 100 vinícolas. Pelo menos 60 delas estão no Meio-Oeste catarinense, onde 90% do liquido proveniente da uva no Estado é produzido.

No Estado, são produzidos anualmente 18 milhões de litros de vinhos e espumantes, resultado de 30 milhões de quilos de uva rocessados.

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Pelo menos outros 6 milhões de litros da produção anual catarinense são de suco de uva.