As vinícolas do Sul do país que se juntaram para envelhecer vinho no fundo do mar estão rifando um dos espumantes para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A garrafa em questão custa R$ 5 mil e será entregue da mesma forma que sai da água: repleta de corais, algas e conchas.

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A ação foi feita pela  Fama, localizada em São Joaquim, na Serra catarinense, e Videiras Carraro, de Bento Gonçalves, na Serra gaúcha. As bebidas foram envelhecidas juntas, a 12 metros de profundidade.

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Segundo Fabiano Mueller, sócio-proprietário da empresa catarinense, foram arrecadados, até esta sexta-feira (17), R$ 120 mil. Os bilhetes custam R$ 10 e podem ser comprados até o final de maio. Todo o valor arrecadado será destinado à ajuda humanitária.

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No momento, uma equipe de voluntários está em Roca Sales, no Vale do Taquari, onde compra e entrega itens como carrinho de mão, luvas, pás, enxadas e produtos de limpeza no geral. O grupo de amigos catarinenses também se uniu e comprou uma carreta de cobertores e outros mantimentos.

— A gente focou mais na parte de limpeza, de reconstrução. Porque a região que a gente veio é uma região que já baixou um pouco a água — informa Fabiano.

Veja fotos da situação de Roca Sales

Maturação no fundo do mar

Com as uvas produzidas a 1.300 metros de altitude, as empresas fabricam as bebidas e, após o engarrafamento, lacram as garrafas com cera — para evitar a contaminação — e as comportam em caixas de aço inoxidável. Na sequência, com auxílio de um barco, as gaiolas são colocadas no fundo do mar, a 12 metros de profundidade. 

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Lá, ficam de nove a 12 meses maturando. Durante este processo, elas são retiradas a cada 60 dias e passam por análises laboratoriais físicas e químicas, a fim de verificar a evolução e o processo de envelhecimento.

Apesar do processo de maturação ser feito de forma conjunta, cada vinícola tem o seu rótulo e o comercializa de forma separada. Neste primeiro momento, 300 garrafas do vinho espumante foram colocadas no mercado, mas a Fama e a Videiras Carraro também testam a imersão submarina de vinhos brancos e tintos. 

Por questão de segurança, os empresários não divulgam a praia de Santa Catarina escolhida para o procedimento. A uva utilizada também é um mistério e o fato acaba sendo uma brincadeira entre os apreciadores de vinho, que tentam adivinhar a espécie.

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Para além da degustação, o objetivo das vinícolas também é entregar uma experiência visual diferente para cada cliente. E a apresentação dos rótulos é algo que, de fato, chama a atenção. Cobertas de corais, algas e conchas, que se incorporam às garrafas de forma ímpar, a peça pode ainda tornar-se objeto de decoração após o consumo da bebida.

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