Se os moradores do Vila Nova descrevessem como é o bairro onde vivem, um mosaico de paisagens urbanas e rurais poderia ser montado para retratar a região. No mesmo cenário onde há filas de carros, pontos comerciais e ruas asfaltadas também existem vacas, arrozais, estradas de barro e plantações.

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A área mais conhecida é aquela que preenche as quadras que ficam nos dois lados da rua 15 de Novembro. Basta um passeio pelos quatro quilômetros do trajeto para perceber o ritmo acelerado na parte urbanizada do bairro.

Há supermercados, panificadoras, empresas e escolas que movimentam a região. Ha sempre uma correria na rua. A 15 concentra quase tudo o que um bairro precisa para ter autonomia.

Com pouco menos de 20 mil habitantes, o Vila Nova é mais populoso do que Garuva e tem quase o mesmo número de habitantes de Araquari, cidades vizinhas de Joinville. Moradores antigos têm visto o bairro crescer na proporção em que novos empreendimentos imobiliários são iniciados na região.

Um olhar mais atento revela a expansão do Vila Nova por meio de construções e loteamentos que não param de transformar a imagem da zona Oeste da cidade.

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Mas a mágica do crescimento – que, no caso de Joinville, encontra o principal foco daquele lado da BR-101 – ainda esbarra em dois obstáculos: a preocupação com o meio ambiente e a falta de investimento na infraestrutura do bairro.

A abertura da Rodovia do Arroz, que liga Joinville a Guaramirim, deu fôlego para o transporte de mercadorias, mas teve impacto direto no trânsito do Vila Nova. A rua 15 de Novembro entrou na rota dos caminhões e passou a ter mais congestionamentos. O espaço da via é limitado e não dá conta do fluxo intenso de veículos.

Além de atrapalhar a vida de motoristas, ciclistas e pedestres, a situação é vista como uma pedra no sapato pelos construtores que pretendem investir na região. A criação de um binário seria o primeiro passo para que o Vila Nova caísse nas graças da construção civil. O projeto existe e está prestes a sair do papel.

É a maior esperança de quem quer ver o bairro crescer no ritmo que merece. Se na maior parte do Vila Nova predomina a expectativa do desenvolvimento, em outro lado existe a certeza de que pouca coisa deve mudar.

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Ao atravessar o caos da rua 15 de Novembro, fica difícil de acreditar que ela termina onde começa a zona rural. A região é formada por pastagens, arrozais, cachoeiras e pequenas propriedades que desenham um Vila Nova mais verde, bonito e tranquilo. O tempo passou e o cenário é praticamente o mesmo dos tempos em que o bairro se chamava Neudorf.

A diferença é que, agora, a maioria dos moradores produz apenas para o consumo próprio. Algumas famílias também recebem turistas com cafés coloniais e outros atrativos do campo, como os pesque-e-pague, para complementar a renda. Aos visitantes, resta o cuidado para não acabar perdido naquelas terras a sumir de vista.