Cinco jogadores de cada lado do palco integram os dois times. Separados e de costas para o clã adversário como caubóis num duelo de faroeste, os desafiantes se mostram rápidos no gatilho quando têm à frente o computador como arma para enfrentar os personagens oponentes. No jogo cada integrante controla um herói que duela e segue estratégias em um mapa com o objetivo final de destruir a base da equipe inimiga e vencer a partida.
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Esse é o League of Legends, o LoL, jogo virtual que virou febre nos últimos anos com o crescimento do chamado esporte eletrônico, ou e-sports, e arrasta multidões de jogadores e também de espectadores. Em setembro, a final do Campeonato Brasileiro do esporte reuniu 8 mil pessoas no Ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte (MG), e foi assistida por 2,6 milhões de pessoas na TV e na internet. Neste fim de semana, foi também uma das atrações do 1º Vila Gaming, que ocorreu no Parque Vila Germânica, em Blumenau.
— É um jogo muito competitivo, que instiga a disputa e por isso atrai tanto as pessoas. Para jogar é preciso persistência, já que ele é bem abrangente, e estudar o jogo, ir atrás — conta o designer gráfico William Tavares, o Will, de 27 anos.
Ele é capitão do time Magic Kings, que participou da disputa, e joga League of Legends de quatro a cinco horas por dia, desde 2012.
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No sábado, quem foi à Vila acompanhou duas semifinais e uma final do jogo, transmitidas no telão com narração e tudo. No domingo, o jogo da vez na arena montada no palco foi o Counter Strike, velho conhecido de quem manuseou um computador no fim dos anos 1990 e mais ainda dos frequentadores de espaços como a extinta Clansbr. Mesmo assim, o League of Legends foi assunto graças ao convidado do evento. Gabriel Bohm, o Kami, é bicampeão brasileiro, um dos jogadores profissionais mais valiosos do esporte e veio à cidade para dar dicas e conversar com fãs do jogo.
Mas como nem só de LoL vive o esporte eletrônico, nem só o LoL foi destaque no Vila Gaming. Longe disso. Já na entrada do Setor 3 uma ala reservada a cardgames como Pokémon e RPG de mesa antecipava a diversidade de jogos presente no evento. Tinha mesmo espaço para tudo. De um lado quatro televisores atraíam uma grande ala masculina, com rapazes como o joinvilense Carlos Araújo, 35 anos, que brincavam de José Mourinho controlando o Manchester United em jogos de futebol do Fifa 18. Do lado oposto, um quarteto juvenil desafiava a rapidez dos ainda tenros músculos para seguir a coreografia de Single Ladies de Beyoncé no jogo Just Dance.
Programa também para pai e filho
Após vencer ao lado do filho o chefão de uma fase de Metal Slug 2 no fliperama, Ciandro Prado, 42 anos, explica que Miguel, nove anos, é apaixonado por jogos de videogame. Quando soube do Vila Gaming, entendeu que não havia lugar melhor para levar o pequeno no sábado. O sorriso do filho ao correr de um jogo a outro mostrava que intuição de pai também não se engana.
Street Fighter, Super Mario World, jogos com óculos de realidade virtual (VR), lojinhas com miniaturas de Pikachu e Stormtroopers: tudo isso ampliava as opções para o público esperado pela organização, que era entre 1,6 mil e 2,1 mil pessoas nos dois dias. E também transformava o Setor 3 em um aconchegante reduto para os chamados geeks.
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— Queríamos aproximar quem gosta desses jogos e oferecer essa integração. É um público que não sai muito, não tem muitas alternativas de lazer, não vai no Ramiro correr, por exemplo, mas que precisa de opções e representa um mercado com muito potencial para expandir — projeta o membro do DCE da Furb e um dos organizadores do Vila Gaming, Jan Ricardo Rycerz.