Prepare-se para voltar décadas no passado. A Vila da Glória, no Distrito do Saí, fica na parte continental de São Francisco do Sul e, assim como a terceira cidade mais antiga do Brasil, também preserva marcas do tempo. Você dificilmente verá casas de arquitetura moderna e estabelecimentos de grande porte.
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A sensação é de estar longe dos grandes centros. Nem parece que Joinville, a cidade mais populosa do Estado, está bem pertinho, do outro lado das águas da Baía da Babitonga. As estruturas simples intensificam a beleza das surpresas que a vila tem. A população local não chega a 3 mil habitantes, e a maioria das áreas verdes está intacta.
Perfeito para quem curte respirar fundo, sentir cheiro de natureza e desacelerar a cabeça. O local começou a ser explorado por imigrantes franceses no século 19. Na época, a ideia era construir uma comunidade coletiva em que todos trabalhassem juntos para garantir o próprio sustento. O modelo de organização foi chamado de Falanstério do Saí e é o único do tipo fora da Europa.
O projeto fracassou e as pessoas que ficaram ajudaram a colonizar a Vila da Glória. A pesca é a atividade principal da maioria dos nativos. É comum encontrar pescadores jogando tarrafa ao longo do Ancoradouro Pedro Ivo Campos, que avança 330 metros mar adentro. Vale a pena andar cerca de 500 passos até o final e aproveitar cada um deles. Lá da ponta, é possível ter uma visão privilegiada da praia e do arquipélago da Baía da Babitonga. Loucos por fotos, preparem-se: esse é lugar imperdível para bons cliques.
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As praias da Vila da Glória têm o mar calmo e sem ondas da baía. O verde da vegetação compõe o cenário de quem estende uma toalha na areia de grãos amarelados. Pelos cantos da orla, várias pedras fazem o contraste entre as cores do céu, das árvores, da areia e do mar. Deite de barriga pra cima e aproveita tudo isso ao seu redor até cansar – ou cochilar.
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Do casarão à cachoeira
Se você gosta de recarregar as baterias em meio à natureza, percorra os oito quilômetros entre o início da Rua Eduardo Ledoux até a Cachoeira Casarão. Na Rua Geral do Estaleiro, perto da Capela Nossa Senhora da Glória, uma placa indica o caminho.
Como na maioria das estradas de barro, os buracos são parceiros durante o trajeto. Mas as condições da estrada são boas mesmo para carros comuns. O casarão da família Backmeyer, construído em 1901, é o ponto de referência para a entrada da trilha que leva à cachoeira. A propriedade é particular e a catraca só gira se você pagar R$ 5.
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A trilha não é difícil, tem placas de sinalização e alguns degraus pelo caminho. Você chega ao destino final em no máximo dez minutos. A brisa fresca traz o cheiro das folhas das árvores e da terra. O barulho da água escorregando pelas pedras guia quem segue a trilha. Quase de supetão, o percurso acaba em três pequenas piscinas naturais de água cristalina. À direta, a cachoeira de 18 metros serve de portal para os passarinhos que saem voando.
Passeio por 14 ilhas
Para quem não tem transporte náutico (o que não é lá muito incomum), a Glória Tur oferece passeios de barco a R$ 25 por pessoa. A embarcação vai até o porto de São Francisco do Sul e percorre as 14 ilhas do arquipélago da Baía da Babitonga. Se tem parada para mergulho? Com toda certeza!
É preciso no mínimo dez pessoas a bordo para que o barco zarpe num passeio de cerca de três horas. O serviço está disponível todos os dias de manhã e à tarde. O embarque pode ser acertado no guichê da empresa, que fica na entrada do Ancoradouro Pedro Ivo Campos.
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O quê: passeio de barco pelo arquipélago da Baía da Babitonga.
Quando: diariamente, às 10h e às 15h.
Onde: entrada do Ancoradouro Pedro Ivo Campos.
Informações: (47) 3449.5105.
Almoço obrigatório
A parada para o almoço é quase obrigatória no Zinho Batista. O restaurante tem mais de 30 anos e oferece todos os dias o famoso rodízio de frutos do mar. Você pode até tentar resistir ao pecado da gula e comer até não conseguir mais. Mas por R$ 42, a sua mesa ficar lotada de comida.
Além de arroz, salada mista, pão caseiro e maionese, o cardápio do rodízio conta com casquinha de siri, filé de linguado, bolinho de peixe, marisco à vinagrete e camarões ao bafo, à milanesa, à grega, ensopado e no palito. A escolha vale a pena não só pela gastronomia, mas também pelo visual. O restaurante fica à beira-mar e tem trapiche próprio.
O quê: Restaurante Jacizinho Batista.
Quando: todos os dias, das 11h às 20h.
Onde: Rua Geral do Estaleiro (em frente ao Hotel Verde).
Informações: (47) 3449.5124.