Cerca de 60 vigilantes protestaram contra nova cláusula da convenção coletiva de trabalho na tarde desta segunda-feira. Os trabalhadores se reuniram na praça Nereu Ramos, no Centro de Joinville, com cartazes e apitos e pediam o respeito pela profissão.
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Segundo o vigilante Rodrigo Silva Pereira, um dos organizadores do protesto, a nova emenda quer reduzir de R$ 1.364,53 para R$ 950 o salário base dos vigilantes de condomínio residencial. Essa medida resultaria na demissão dos colaboradores que recebem o valor antigo para a recontratação do novo salário, de acordo com Rodrigo.
— Nós participamos de uma assembleia no ano passado e lá já deixamos claro a nossa insatisfação com este novo valor — afirmou.
O presidente do Sindicato dos Vigilantes e empregados de vigilância e segurança privada (Sinvac), Silvio Kammer, conta que essa é essa divisão já ocorre dentro da profissão. Para ele a profissão de vigia – que faz a proteção do patrimônio e tarefas de fiscalização local – já está substituindo a de vigilante – que tem a função de resguardar a vida, precisa ter porte de arma e treinamento específicos para a função.
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Para o representante do Sincav, essa cláusula foi pensada para que os vigilantes continuem exercendo a função e cessar a contratação de vigias para o cargo. Ainda de acordo com Silvio, o sindicato laboral já voltou atrás na decisão que divide a categoria devido ao descontentamento dos colaboradores. Porém, este trâmite ainda depende da deliberação do patronal (que representa as empresas). A situação deve ser discutida em assembleia sindical nos próximos dias.
O vigilante Paulo Roberto do Nascimento, 48 anos, explica que a insatisfação dos trabalhadores vai além dessa divisão na categoria. Para ele, a profissão exige atualização e treinamento constante e julga não ser justo uma pessoa com menos preparo ocupar o cargo.
— Nós pagamos quase 2 mil reais para fazer o curso e ser vigilante, não queremos que dividam a categoria e qualquer pessoa possa exercer a nossa função. Sem contar o salário que não sustenta família nenhuma — completou.