Além do já anunciado plano de contingência sobre o ebola, autoridades estaduais devem redobrar a atenção nas áreas fronteiriças
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Comparado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos à epidemia da aids do começo dos anos 80 e declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência de saúde pública internacional, o surto de ebola que vem mobilizando as autoridades sanitárias do mundo todo chamou a atenção nos últimos dias para a necessidade de avaliação dos procedimentos de controle na fronteira oeste catarinense. A entrada pelo município de Dionísio Cerqueira de um cidadão da Guiné com suspeita de estar com a febre hemorrágica levanta a suspeição de fragilidade no sistema em todo o país, o que causa preocupação adicional diante de uma doença que ainda desafia a comunidade científica.
Enquanto pesquisadores se debruçam sobre as formas de tratamento para combater o vírus, com a realização de diversos testes em portadores do ebola, os governos devem focar todos os esforços no sentido de reforçar as ações de prevenção. É o que está ao alcance na tentativa de impedir a disseminação da doença. A inquietação com o ebola tem suas razões, já que o volume de casos registrados em 2014 é quatro vezes superior ao pior surto identificado em 2000. É fundamental, diante desse panorama, que as informações sejam tratadas com a máxima transparência, com a disponibilização de informações claras sobre as formas de contágio, o que ajuda a reforçar o controle sanitário e a evitar pânico e alarmes desnecessários. Autoridades locais não podem, portanto, se eximir de responsabilidade nesse processo.
O governo do Estado garante que a Secretaria da Saúde elaborou um plano de contingência, com o envolvimento de todos os níveis de gestão do SUS e a recomendação de atenção redobrada para suspeitas de contaminação, logo após a emissão do alerta epidemiológico pela OMS. São iniciativas acertadas que devem ser reforçadas e mantidas até que o surto mundial do ebola tenha um refluxo. Mas, ao mesmo tempo, as autoridades de saúde de Santa Catarina devem olhar, em parceria com a Polícia Federal, com mais atenção para as áreas fronteiriças, com fiscalização e vigilância permanentes e eficientes.
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