Uma vietnamita se tornou nesta sexta-feira a “Miss Internacional Queen”, ao ganhar um dos concursos de beleza transgênero mais importantes do mundo, que tenta sensibilizar a opinião pública sobre a igualdade dos direitos.

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Nguyen Huong Giang venceu o concurso – criado em 2004 e realizado na cidade turística tailandesa de Pattaya – contra outras 26 candidatas de México, França, Argentina e Mongólia, entre outros países.

“Sejam especiais, sejam fortes… Roma não foi construída em um dia, leva tempo… Nossa verdadeira identidade é uma sorte”, declarou ao público a tailandesa Treechada Petcharat, ganhadora do concurso em 2004.

Algumas candidatas entrevistadas pela AFP afirmaram que este concurso é uma forma de militar por seu reconhecimento.

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“É a minha primeira experiência internacional em um concurso de beleza que oferece uma visibilidade assim a todas as minhas irmãs transgênero em todo o mundo”, comemorou Nitasha Biswas, procedente da Índia.

A Tailândia, conhecida pela sua abertura em relação às pessoas transgênero e as operações de mudança de sexo, oferece um contraste claro em relação aos seus países vizinhos, com costumes muito mais conservadores, como Mianmar ou Vietnã.

“Mianmar ainda é um país em desenvolvimento, de modo que há poucas pessoas transgênero”, diz Juana Paing, a candidata birmanesa.

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Mas por trás dessa aparente tolerância, a Tailândia continua sendo um país conservador e os transgêneros e transexuais têm problemas para encontrar um trabalho estável fora da indústria do sexo.

Até 2012, o Exército considerava o transexualismo uma doença mental. E a mudança de gênero continua sem ser reconhecida legalmente, dado que o sexo de nascimento se mantém no passaporte.

Joe Wong, responsável na Tailândia pela associação Asia Pacific Transgender Network (APTN), que defende os direitos do coletivo LGTB, afirma que o concurso “Miss Queen Internacional” é “um meio poderoso para mostrar os desafios, talentos e esperanças dos trans”.

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* AFP