A aviação do Vietnã avistou neste domingo ao longo de sua costa possíveis destroços do Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines, que desapareceu com 239 pessoas a bordo, enquanto a Malásia abriu uma investigação por terrorismo.

Continua depois da publicidade

Um avião vietnamita disse ter avistado dois objetos, que parecem pertencer a um avião ao longo do ilha de Tho Chu, indicou à AFP uma autoridade vietnamita, sob condição de anonimato.

Dois navios serão enviados na segunda-feira para o local, no limite entre as águas territoriais vietnamitas e malaias. Foi nesta mesma zona do Mar da China Meridional que traços de combustível foram descobertos no sábado.

Este anúncio confirmaria a tragédia para as famílias das 239 pessoas que estavam a bordo, quase 48 horas após o desaparecimento da aeronave.

Neste contexto, a Malásia abriu neste domingo uma investigação por terrorismo.

Continua depois da publicidade

Os temores sobre um possível ataque terrorista surgiram depois que o governo anunciou a abertura de uma investigação sobre quatro suspeitos a bordo do voo MH370, que fazia o trajeto de Kuala Lumpur-Pequim.

Pelo menos dois passageiros utilizaram passaportes europeus roubados

A agência oficial chinesa Xinhua informou que um cidadão chinês também não estava no avião, como havia sido relatado anteriormente. O homem assegura que nunca teve seu passaporte roubado ou perdido, embora o número de seu documento estivesse na lista de passageiros, com um novo nome.

Os Estados Unidos, que tinha três de seus cidadãos a bordo, enviaram agentes da Polícia Federal (FBI) para ajudar nas investigações. Eles, contudo, indicaram que no momento não encontram nenhuma evidência de terrorismo.

Além disso, a Agência Americana de Segurança dos Transportes (NTSB) anunciou ter enviado para a Malásia uma de suas equipes, acompanhada por técnicos da Boeing.

Continua depois da publicidade

– Mobilizamos nossos serviços de informação e, é claro, informaremos as agências de combate ao terrorismo de todos os países envolvidos – declarou o ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein.

O presidente da companhia Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, explicou que o avião desaparecido havia sofrido um acidente em 2012, em uma colisão com outra aeronave em terra no aeroporto de Xangai.

– Uma parte da ponta da asa, de cerca de um metro, de desprendeu, mas o Boeing foi reparado e estava apto a voar – garantiu o presidente desta empresa malaia, considerada confiável por ter tido poucos acidentes.

O voo MH370, que transportava 227 passageiros de várias nacionalidades e 12 tripulantes, desapareceu dos radares uma hora após sua decolagem entre o leste da Malásia e o sul do Vietnã, sem enviar mensagens de socorro.

Continua depois da publicidade

Meia-volta

– Há uma possibilidade real de que o avião tenha dado meia volta – indicou o general Rodzali Daud, chefe da Força Aérea da Malásia, citando informações dos radares.

No entanto, o presidente da Malaysia Airlines disse que o sistema de alerta do Boeing teria sido ativado nesse caso.

Kuala Lumpur estendeu a área de buscas neste domingo até a costa oeste da Malásia, e pediu ajuda da Indonésia.

Nas buscas, iniciadas na costa leste da Malásia, participam 40 navios e 22 aeronaves de vários países, principalmente da China, Estados Unidos, Vietnã, Malásia, Filipinas e Cingapura.

Continua depois da publicidade

A Malaysia Airlines informou que “teme o pior”

Várias embarcações chegaram ao local onde no sábado foram detectados traços de combustível no Mar da China Meridional, mas não foram encontrados nenhum vestígio do Boeing.

As especulações sobre a identidade dos passageiros aumentaram, após a confirmação de que o austríaco Christian Kozel e o italiano Luigi Maraldi não viajavam no voo, embora estivessem na lista de passageiros.

Ambos tiveram seus passaportes roubados na Tailândia nos últimos anos. Apesar de o ministério dos Transportes ter informado a presença no avião de quatro suspeitos, o chefe da aviação civil da Malásia garantiu que apenas dois passageiros utilizaram passaportes roubados.

– O fato de que (os passaportes) foram roubados, não significa que os passageiros eram terroristas – ressaltou ao jornal Los Angeles Times um funcionário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos .

Continua depois da publicidade

Famílias à espera de notícias

O avião, um Boeing 777-200, transportava pelo menos 153 chineses, 38 malaios, sete indonésios, seis australianos, quatro franceses e três americanos. Entre os passageiros estavam dois menores de idade.

As famílias dos passageiros espera neste domingo ansiosamente em um hotel perto do aeroporto de Pequim por notícias.

A companhia ainda não entrou em contato conosco, foi um amigo que nos alertou” – declarou uma mulher que chorava, à espera de ter notícias de seu cunhado.

No entanto, a empresa garante que tem informado as famílias da melhor maneira possível, dada a confusão sobre o desaparecimento da aeronave.

Continua depois da publicidade

Caso a catástrofe seja confirmada, seria o mais mortal acidente da aviação desde 2001, quando 265 pessoas morreram em um acidente de um Airbus A-300 da American Airlines nos Estados Unidos.

O acidente mais grave de um Boeing 777, ocorreu no aeroporto de San Francisco em julho de 2013, onde três pessoas morreram.