Como a Weg, tradicional empresa de Jaraguá do Sul, mudou sua imagem de fabricante de motores para uma empresa que faz gestão da cadeia elétrica? Contar essa transformação era a missão de Deisne de Araújo, Head de Marketing do Grupo WEG, no Empreende Brazil 2022.
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— Quando você consegue humanizar o discurso, você mostra para todo mundo que a gente faz máquinas e equipamentos, mas nós somos feitos de pessoas. E isso é o mais importante — diz Araújo.
O Head de Marketing lembrou a trajetória da WEG, fundada em 1961, em Jaraguá do Sul, com o espírito essencialmente industrial – ele mesmo conta que começou na empresa como soldador e foi ascendendo até chegar ao cargo atual. Por esse espírito industrial, até mesmo fechado, a Weg nunca teve em seu DNA adotar estratégias como redes sociais, chatbots ou parcerias agressivas de marketing.
— A gente conseguiu fazer com que os executivos entrassem nas redes sociais, criassem suas contas particulares e virarem embaixadores da marca. Então, uma questão de 3 anos, nós saímos de um total anonimato no mundo digital — explica Araújo.
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A partir daí, explica o executivo, surgiu a ideia de criar um chatbot, a “Wendi”, inspirada na famosa Lu, da Magalu. Wendi aprendeu uma rotina com dezenas de possibilidades de atendimento, e surpreendeu a diretoria da empresa, ao promover atendimentos 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas deixando as propostas comerciais para os “humanos”.
— Ela foi criada em Jaraguá do Sul, por isso tem umas características bem regionais. Wendi foi criada para atender consumidores que tinham dúvidas de baixa complexidade e que a gente pudesse aliviar o nosso atendimento — diz Araújo, lembrando que, para a criação do bot, a equipe investiu 6 meses de trabalho numa “sala de guerra”.
Hoje, um ano e meio depois, Wendi faz em torno de 7 mil atendimentos mês, sendo 35% fora do horário comercial.
— Consegui mostrar para a diretoria que é a Wendi está fazendo um trabalho que a gente não faria se não tivesse aberto essa inovação — acrescenta Araújo.
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Aliás, Wendi agora está se internacionalizando: aprendeu inglês e já está sendo preparada para atender os nossos consumidores norte-americanos. E vale lembrar que, além de falar com o público sobre assistência técnica, ela fala com acionistas.
Outra iniciativa importante para mudar a imagem da Weg foi apostar em vídeos — nas redes sociais, claro. Com uma parceria feita com a Renault — praticamente a custo zero, reforça Araújo — a empresa de Jaraguá conseguiu se projetar nacionalmente como “sustentável”.
A campanha consistia em montar os “ecopostos” na ilha de Fernando de Noronha, que criou um cronograma para banir os veículos a combustível fóssil. Em parceria com a Renault, que forneceu veículos elétricos, a Weg ofereceu energia solar para mover os carros Zoe, recém-lançados.
O segundo movimento, interno, foi deslocar um profissional por todas as plantas da Weg, buscando histórias que pudessem gerar engajamento e mudar, finalmente, a imagem da empresa. Com consistência, a Weg saiu de 6 mil seguidores no LinkedIn, a rede social escolhida pela empresa, para mais de 700 mil em pouco tempo, tendo sido escolhida, inclusive, como Top Voice, reconhecimento às empresas com maior relevância na rede corporativa.
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— O que a gente conseguiu mostrar é que a marca é tão forte, que as pessoas estavam tão sedentas por informação que quando a gente disponibilizou isso nas redes as pessoas começaram a multiplicar. Não adianta nós fazemos todo um esforço para elevar nossa marca no mercado se o colaborador sair aqui dentro da empresa e falar mal no futebol, no bar, na família. Vocês precisam ser convencidos de que prestam serviços para uma das maiores marcas do mundo. E a WEG no mundo industrial é uma grife — explica Araújo.
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