A autoridade na Argentina à frente das buscas ao avião que levava três brasileiros, todos eles de Florianópolis, e que está desaparecido desde quarta-feira (6) divulgou imagens nesta sexta (8) da retomada da procura aérea. No dia anterior, a busca com aeronaves precisou ser interrompida por conta das condições metereológicas desfavoráveis.
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Em um dos registros divulgados pela Empresa Argentina de Navegação Aérea (Eana), órgão que controla o tráfego aéreo no país, é possível identificar já uma melhor visibilidade no local. As buscas se concentram na região de Comodoro Rivadavia, cidade litorêna onde um centro de controle registrou o último contato do avião desaparecido, na tarde de quarta.
O vídeo é de um sobrevoo do avião SAAB SF-340, da Força Aérea Argentina (FAA). Também estão mobilizadas aeronaves da Prefeitura Naval Argentina, que faz buscas na região costeira. Foi divulgado também o registro do Beechcraft 350, um avião da autoridade marítima do país, em ação nas operações de procura.
El avión SAAB SF-340 de @FuerzaAerea_Arg sobrevuela la zona de búsqueda. pic.twitter.com/4fwHWmYzE4
— EANA S.E (@EANAoficial) April 8, 2022Continua depois da publicidade
Mais cedo, a Eana havia divulgado a retomada das buscas com uma melhora das condições climáticas. Desde quarta, dia do desaparecimento e também quando foram iniciadas as buscas, o cenário era ruim, com chuva.
A autoridade argentina afirma que a procura pelo avião de pequeno porte, de modelo RV-10 e matrícula brasileira PP-ZRT, também é feita com equipes em terra e no mar na região costeira de Comodoro Rivadavia.
O trio de brasileiros havia passado o fim de semana a passeio na cidade, localizada na província de Chubut, onde participaram de uma celebração pelo aniversário de um aeroclube local. Em seguida, eles foram visitar El Calafate, cidade mais ao sul do país, na fria região da Patagônia.
Já na manhã de quarta, o avião partiu do aeroporto de El Calafate com destino a cidade de Trelew, também no sul argentino. No entanto, na metade final do trajeto, o trio fez um último contato com a base aérea de Comodoro Rivadavia. Na ocasião, outros dois aviões viajavam juntos com a aeronave agora desaparecida e chegaram ao destino.
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As autoridades argentinas à frente das buscas não comunicaram o que pode ter ocorrido com o avião. No entanto, uma hipótese foi levantada pelo presidente do aeroclube de El Calafate, Freddy Vergnole, em entrevista ao Diario Jornada. Ele esteve com o trio antes da decolagem e conversou com o piloto de um outro avião que percorreu o trecho na ocasião.
Segundo ele, por conta das condições meteorológicas, houve formação de gelo nos aviões que passaram pela região de Comodoro Rivadavia naquela altura, situação para a qual um avião pequeno não está adaptado. O gelo se acumula nas asas e produz peso sobre a aeronave, além de poder danificar o motor, exigindo habilidade do piloto para se desvencilhar da situação.
As identidades dos três tripulantes foram confirmadas na quinta (7) pela família de um deles. Tratam-se do empresário Antônio Carlos Castro Ramos, do ramo da construção civil de Florianópolis, do advogado Mário Pinho e do médico Gian Carlos Nercolini, conforme publicou o G1 SC.
— Os três tripulantes do avião são amigos. Todos têm seus próprios aviões e são pilotos experientes — disse Adriana Althoff, prima da esposa de Pinho, ao G1 SC.
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Toninho, como também é conhecido o empresário, é dono da aeronave e habilitado para pilotá-la. Familiares dos tripulantes se deslocaram para a Argentina na quinta para poderem acompanhar as buscas.
O avião com três brasileiros desaparecido na Argentina não teve ativado até então um equipamento que auxiliaria na localização da aeronave em caso de acidente, segundo informou, na manhã desta quinta, o órgão local que controla o tráfego aéreo argentino, a Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA), também à frente das buscas.
Trata-se do transmissor localizador de emergência (ELT, na sigla em inglês), que é acionado pelo impacto de uma eventual queda ou pode ser ativado manualmente pelo piloto. O aparelho transmite sinais que podem ser capturados por uma base aérea, o que auxilia órgãos de busca e salvamento, e tem uso requisitado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em aeronaves civis, caso do avião agora desaparecido.
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