Florianópolis registrou, mais uma vez, um panelaço contra Jair Bolsonaro. O manifesto ocorreu durante a noite desta terça-feira (31), ao mesmo tempo em que acontecia o pronunciamento em rede nacional de rádio e TV do presidente sobre as decisões do governo federal em relação ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

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Durante sua fala, Bolsonaro disse que a pandemia é o “maior desafio da nossa geração”. No entanto, voltou a enfatizar a necessidade de se implementar medidas para a preservação de empregos:

-O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença. A minha obrigação como presidente vai para além dos próximos meses.

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Enquanto falava, o protesto ocorria em diferentes bairros da capital catarinense: no Itacorubi, no Centro, na Trindade, na Gama D'Eça, Carvoeira e no Jardim Atlântico. Em São José também ocorreu nos bairros Kobrasol e Barreiros. Em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, também houve registros.

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No Itacorubi

Em Balneário Camboriú

Em outras capitais

Pelo 15º dia seguido, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em capitais pelo país, desta vez durante seu pronunciamento em rede nacional de TV, na noite desta terça-feira (31). Os protestos em janelas de apartamentos aconteceram em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Florianópolis.

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Panelaços já eram registrados no centro de São Paulo desde antes do pronunciamento. Quando a fala do presidente começou, houve protestos nos bairros de Pompeia, Aclimação, Bela Vista, Consolação, São Judas, Perdizes e Santa Cecília. Em Pinheiros, na zona oeste da capital, houve sirenes, além dos gritos e do som de panelas.

No Rio de Janeiro, houve panelaço em Laranjeiras. No bairro, também houve gritos esparsos de apoio a Bolsonaro. Também houve protestos em Salvador, Curitiba e Recife.

Os panelaços contra o presidente começaram no último dia 17 e coincidem com o início da fase mais aguda das medidas de quarentena pelo país contra o novo coronavírus. O presidente tem adotado um tom de minimizar os riscos da Covid-19, que já matou mais de 200 pessoas pelo país, e se referiu à doença como "gripezinha", "resfriadinho" e "neurose".

Ele defende a reabertura das atividades comerciais e escolas pelo país, posição sobre a qual tem entrado em conflito com governadores. Pesquisa do Datafolha, feita entre os dias 18 e 20, mostrou apoio majoritário às medidas de restrição pelo Brasil.

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Os protestos desse tipo se tornaram uma marca da queda da popularidade de Bolsonaro por ocorrerem em bairros de classe média e alta nos quais ele foi bem votado nas eleições de 2018.

Em 2015, os panelaços tinham sido um símbolo da insatisfação com a então presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment no ano seguinte.