De um monitor, o preso que está na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, acompanhou a audiência criminal realizada no 4º andar do Fórum de Florianópolis, na tarde desta quinta-feira.
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Pioneira na Capital, a videoconferência abriu caminho para que esse tipo de procedimento seja repetido com os 40 líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) que estão em prisões federais, no julgamento dos atentados.
Luiz Ricardo Alves Fragoso, o NDW, preso em Mossoró, foi interrogado pelo juiz Luiz Francisco Delpizzo Miranda, da 2ª Vara Criminal, e pela promotora Vanessa Wendhausen Cavallazzi.
Fragoso foi mandado para a região Nordeste em fevereiro, durante a segunda onda de ataques no Estado. Na audiência desta quinta, ele respondeu por um assalto ocorrido em 9 de dezembro de 2010, no escritório de uma rede de restaurantes, na rua Tenente Silveira, quando foram levados R$ 10 mil.
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Na sala estavam dois advogados de defesa. Em Mossoró, o preso também estava ao lado de um defensor. Foram ouvidas quatro testemunhas. Uma delas o reconheceu pela tela, sendo que o acusado não via do monitor a vítima durante a audiência.
O interrogatório transcorreu sem problemas técnicos. Houve pequena dificuldade apenas quando os interlocutores falavam ao mesmo tempo, o que foi contornado rapidamente pelo juiz.
Fragoso negou o roubo e disse que foi torturado pela Polícia Civil para confessá-lo. Domingos de Souza Dolci, outro detento acusado pelo crime, está preso em São Pedro de Alcântara e foi interrogado pessoalmente. Ele também negou o assalto.
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Os participantes aprovaram a videoconferência. A promotora Vanessa Cavallazzi defendeu a iniciativa para as audiências dos atentados dos presos que estão em prisões federais, pois daria velocidade ao processo, evitaria gastos e o deslocamento dos detentos que são considerados perigosos.
Os dois advogados presentes, Wagner Riedel e Ari Carlos Rachadel, também apoiaram a iniciativa. Reclamaram apenas que o defensor que estava em Mossoró não teve acesso ao processo, o que desta forma pode prejudicar a defesa do réu.
Inconformado com acusação
O preso Domingos de Souza Dolci, que foi ouvido pessoalmente pelo juiz, pois está preso em Santa Catarina, estava inconformado com a acusação de roubo.
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_ Quando fui preso estava com R$ 500 mil em drogas na minha casa. Então não ia fazer esse assalto por R$ 2 mil, R$ 3 mil _ esbravejou ao juiz.
Ele foi preso pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) em janeiro de 2011 com quadrilha flagrada com cerca de uma tonelada de maconha, em Palhoça.