Às vezes, escapa uma carregada nas palavras terminadas com a sílaba te, típico dos paranaenses. Morador de Blumenau há 30 anos, esse é um dos poucos resquícios que Sérgio Graciano guarda da terra natal: Curitiba. O sotaque e o amor pelo Furacão da Arena da Baixada. Ex-goleiro de handebol, Graciano chegou a Blumenau em 1987. Graduou-se em Educação Física. As orientações que antes vinham da meta, passaram a ser transmitidas do lado da quadra. O ex-jogador virou professor. O mestre se transformou em técnico, e a paixão pelo handebol se manteve.

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Em 1995, os caminhos do curitibano se cruzaram com a Seleção Brasileira. Foi quando teve a experiência inédita como preparador de goleiros nas categorias de base. Seria o primeiro de uma série de serviços a serem prestados ao handebol verde-amarelo, na maioria das vezes nas seleções de formação.

À frente do time adulto de Blumenau desde 2006, construiu uma fortaleza que revela constantemente talentos da modalidade em que se marca gols com as mãos. Foi um dos tantos coadjuvantes que ajudou a forjar a melhor jogadora do mundo de 2014, a blumenauense Eduarda Amorim. O amor pelo esporte é tamanho, que há alguns anos chegou a contrair dívidas no cartão de crédito pessoal para colocar a equipe em quadra na Liga Nacional.

Há duas semanas, todos os sacrifícios parecem ter valido a pena. Graciano chegou ao posto máximo para um treinador de handebol no Brasil: foi convidado para comandar interinamente a Seleção Brasileira. Aceitou o desafio e quer contribuir nesse momento de reconstrução vivido pelo handebol verde-amarelo. Na sexta-feira, Graciano concedeu entrevista ao Santa para falar do momento que vive e o que planeja para o futuro da Seleção. Confira a seguir:

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