Um policial militar do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) de Lages, na Serra catarinense, foi afastado das ruas ao ser identificado pelo comando do 6º Batalhão em imagens que mostram ele agredindo um suspeito algemado e imobilizado durante uma abordagem.

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O fato ocorreu na noite da última quinta-feira, quando a cidade sediava a 26ª Festa Nacional do Pinhão, e veio à tona nesta terça-feira, quando familiares do rapaz, de posse das imagens gravadas pela câmera de segurança de uma lavação de carros, procuraram o Grupo RBS para denunciar as agressões.

O jovem tem 19 anos e pediu para não ser identificado. Ele relatou que estava na frente de uma padaria nas proximidades do Exército quando atirou em uma garrafa com uma pistola de ar comprimido. Um Policial Militar de Florianópolis que atuava em Lages durante a Festa do Pinhão saiu da panificadora e presenciou a cena, segundo o rapaz. Mas o comando da PM em Florianópolis informou que o tiro atingiu as costas do policial.

O jovem saiu do local de carro e foi até uma lavação de carros. Pouco depois, exatamente às 20h, uma viatura da PM parou no local. Nas imagens da câmera de vigilância é possível ver o rapaz escondendo um objeto, que ele diz ser a pistola, segundos antes de ser abordado pelos policiais. Durante a revista, os militares encontraram chumbinhos no bolso do suspeito. Ele foi algemado com as mãos para trás enquanto os policiais procuravam a arma de ar comprimido.

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No registro das 20h04min41seg, um dos PMs começa a desferir chutes e socos no rapaz, chegando a derrubá-lo. As agressões registradas pela câmera duraram 20 segundos, mas o jovem garante que voltou a apanhar na viatura.

– Eu admito que errei, não devia estar com a pistola e nem ter atirado naquele local. Mas isso não justifica a agressão que sofri. Eu não resisti à prisão e fui algemado, mas o policial não falou nada e me bateu.

Comando da PM determinou afastamento do policial

Após tomar conhecimento do fato e ver as imagens, o comandante da PM em Lages, coronel Roberto Fonseca, determinou o imediato afastamento do policial, cujo nome não foi revelado. Segundo o comandante, ele pertence ao quadro do PPT de Lages.

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Durante o trâmite do Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para apurar as circunstâncias da ocorrência, o agressor não trabalhará nas ruas e cumprirá só expediente interno no batalhão. Entre as penalidades previstas, segundo o coronel, estão medidas como advertência e até expulsão da PM.

– Nas imagens dá para ver nitidamente, e essa não é uma atitude compatível com a PM. Nenhum tipo de agressão é justificada a partir do momento em que o elemento é detido e imobilizado. Houve excesso por parte do nosso policial, e não toleramos isso. Foi lamentável.