Fim da espera. Com a chegada do frio, os cardumes de tainha começam a aparecer em maior volume no Litoral Norte de Santa Catarina. Num cerco só, um grupo de pescadores de Balneário Barra do Sul conseguiu capturar cerca de três toneladas de peixes na manhã desta terça-feira, 9 (veja vídeo abaixo). Essa é a maior quantia registrada em um único lance desde o início da safra de pesca artesanal neste ano.

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O registro foi feito por volta das 10h30, quando a embarcação que trazia as tainhas atracou na orla da praia central, ajudando a elevar para dez toneladas a estimativa de captura do pescado desde maio, período em que a temporada de pesca começou. Os dados são da prefeitura municipal.

Em Balneário Barra do Sul cerca de 500 pessoas são cadastradas como pescadoras, sendo que em torno de 120 pessoas e 50 embarcações estão ligadas diretamente com a pesca da tainha. Segundo José Eduardo Calcinoni, técnico da Epagri no município, isso faz do pescado um dos fortes mobilizadores da economia local.

— A pesca da tainha é de forte tradição no município pois além de fazer girar a economia, cria também expectativas em torno da pesca: se o peixe vem ou não; quem vai pegar; quando entra o vento Sul. Além disso, há a Festa da Tainha, que valoriza a culinária local e o folclore que envolve a cultura da pesca desse peixe. Por aqui, todo mundo se pergunta: vai dar tainha esse ano? Nessa onda a comunidade fica na expectativa de boas pescarias — destaca Calcinoni.

Comparativo

Apesar da grande quantidade de tainha capturada nesta terça-feira, a safra ainda é considerada baixa no comparativo com anos anteriores, quando a média de captura chegava a variar de 70 a 100 toneladas. Os meses de maio , junho e julho são considerados os mais propícios para a pesca, o que pode render resultados melhores para a safra até o fim deste mês.

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Pelo cenário de momento, a pesca da tainha também ainda está distante de alcançar os números da safra de 2018, quando foram capturadas 61 toneladas do pescado. No ano passado, a movimentação econômica com a temporada de pesca girou na base de R$ 1 milhão. Isso contando o investimento dos pescadores, as despesas com insumos e a venda dos pescados. "Considerando uma safra de três meses, é um aditivo importante para a economia local", considera José Eduardo Calcinoni.

Segundo ele, grande parte dos investimentos estão relacionados a aquisição e manutenção de redes e embarcações. Uma rede de emalhe de grande porte, por exemplo, chega a custar mais de R$ 15 mil, e é utilizada para fazer o cerco flutuante de captura das tainhas.

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