VÍDEO: Ovo de arraia é comum em areia de praias até de SC, mas você pode nem saber o que é

Um vídeo de um ovo de arraia — ou raia, publicado pelo Projeto Cetáceos RBF, associação que atua com divulgação científica e educação ambiental na região de Garopaba, Sul de Santa Catarina, viralizou nas redes sociais. O registro, que já soma mais de 700 mil visualizações no Instagram, mostra um filhote de arraia “saindo” de um local curioso, semelhante a um envelope e de cor escura.

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Também chamados de “bolsa de sereia”, os ovos são um dos jeitos que as arraias dão à luz, conforme explica o biólogo Jackson Preuss, professor e pesquisador da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).

— Algumas arraias dão à luz os filhotes já formados, enquanto outras põem ovos como esse, onde no interior há substâncias responsáveis pela nutrição do embrião e também na proteção mecânica do filhote — esclarece ele.

Os ovos de elasmobrânquios, como tubarões e raias, são frequentemente encontrados em areias das praias, principalmente no Sul do Brasil. O ovo que aparece no vídeo é um desses. O próprio especialista, inclusive, diz já ter encontrado alguns em praias catarinenses.

Nesses casos, o embrião se desenvolve no interior, e, quando pronto, rompe a casca e passa a nadar livremente no ambiente marinho. O biólogo explica, ainda, que os ovos encontrados nas praias já foram rompidos pelos embriões prontos.

— [Os ovos] não geram risco algum, mas caso você encontre um ovo ainda viável, não manuseie — recomenda o especialista.

As características do ovo

De acordo com a organização do Sul catarinense, o Projeto Cetáceos RBF, os ovos de raia tem forma retangular, com projeções tubulares nos quatro cantos, que permitem a passagem de água para oxigenação e nutrientes. Elas prendem o ovo ao substrato, evitando deslocamento ou “enterro”.

Como os ovos “vão parar” nas praias?

Segundo Preuss, as arraias colocam os ovos no fundo mar ou até mesmo em fendas e depressões nos recifes de corais, mas é comum que eles se soltem e sejam levados para a correnteza até às praias.

No fim da legenda do vídeo publicado no Instagram, o projeto escreveu: “Aqui na nossa região encontramos muitos destes na areia da praia sem o embrião. E você, já viu um destes na praia?“. Das 313 respostas, 62% diziam que sim.

Veja o vídeo

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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