Um torneio de canto de pássaros em Armazém, no Sul de Santa Catarina, terminou em correria de participantes e abandono de parte dos animais neste domingo (28), após uma nova operação conjunta entre a Polícia Militar Ambiental (PMA) e a Cidasc na região no intervalo de uma semana. Foram apreendidas 40 aves, algumas com valor estimado entre colecionadores em cerca de R$ 50 mil.
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No domingo anterior (21), uma batida sanitária contra um torneio em Tubarão apreendeu 49 aves em circunstâncias parecidas, também com corre-corre e fuga de parte dos envolvidos. Ambas as competições descumprem uma determinação do governo estadual, em consonância com o Ministério da Agricultura, que proíbe eventos com aglomeração de pássaros, em prevenção à gripe aviária.
O torneio flagrado agora em um sítio de Armazém teve parte das aves abandonadas ainda dentro de gaiolas em uma área de matagal perto de um rio, na tentativa de escapar da fiscalização.
Os pássaros apreendidos são de espécies canoras, reconhecidas pelo canto harmonioso, como o tico-tico-rei. Os donos não dispunham de autorização para mantê-los em cativeiro. As aves serão avaliadas pelo hospital veterinário da Unisul em Tubarão e, caso estejam aptas, serão soltas em seu habitat natural.
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Veja vídeo do torneio flagrado no Sul do estado
Além das apreensões, a PMA confeccionou 23 termos circunstanciados e 16 autos de infração ambiental, enquanto a Cidasc, que atua no controle de sanidade animal no estado, emitiu seis autos de infração.
Os donos dos pássaros vão responder pelos crimes de utilizar espécies da fauna silvestre sem a devida permissão para isso e de infração de medida sanitária preventiva, o que parte deles sabia cometer.
— Muitos alegaram aos nossos policiais que sabiam que estava proibido esse tipo de evento. Mas, como é algo cultural, tendem a fazer independentemente de qualquer autorização e vão contra a legislação — disse o major Gilson Klein, à frente da PMA em Laguna, no Sul catarinense, ao NSC Total.
Prevenção à gripe aviária em Santa Catarina
Eventos com aglomeração de aves estão suspensos em Santa Catarina já desde o ano passado, ocasião em que o Estado confirmou 21 focos de gripe aviária. Entre os animais doentes, 20 eram silvestres e um outro se tratava de ave de subsistência. Em 2024, não foi confirmada qualquer ocorrência.
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O controle rígido à doença se deve ao potencial devastador de contágio e mortandade dela entre aves. Em caso de contaminação de ave comercial, Santa Catarina perderia o atual status sanitário em relação à gripe aviária, o que comprometeria as exportações de uma bilionária agroindústria.
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