A manhã desta sexta-feira teve inúmeros relatos de moradores sentindo o tremor de 3,6 pontos na escala Richter registrado em Florianópolis. Acostumada a barulhos de caminhões e obras na rua, a assistente financeira Patrícia Rodrigues estava trabalhando na sobreloja de um escritório de tecnologia no Centro quando sentiu o chão, o telhado e o vidro tremer de uma forma que nunca havia sentido antes.

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— Foi bem forte e eu fiquei bem assustada, porque eu só havia sentido isso há muitos anos atrás em uma situação muito diferente em Pernambuco, onde houve a explosão de uma mineradora que pode ser sentida há alguns quilômetros de distância — relata Patrícia Rodrigues.

Com sentimento de angústia e medo, ela encostou na porta da sua sala e perguntou se o colega que estava no escritório também estava sentindo o tremor. Regner Henrique Aguiar, que trabalha como desenvolvedor web na HSystem, confirmou a sensação de Patrícia. Segundo ele, o tremor durou de 30 segundos a um minuto.

— Até brinquei com o pessoal que parecia o Hulk passando por cima do telhado. Eu olhei pela janela para procurar se tinha alguém correndo, mas não achei nada, só o tremor que persistia — conta Regner Henrique Aguiar, que em seguida, por precaução, seguiu para o andar térreo com a colega, de onde aguardou o fim do tremor.

A região com o maior número de relatos apurados pela reportagem foi o Norte da Ilha. Morador do bairro Ingleses, Jonathan Holdorf estava sentado e trabalhando no computador quando sentiu o chão e a cadeira tremer. Apesar do susto, ele não se assustou muito e acredita que o tremor durou no máximo 10 segundos.

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— Pensei que fosse algum caminhão, só depois me dei conta que era algo diferente. Tive curiosidade para entender o que estava acontecendo, mas fiquei tranquilo porque não demorou tanto tempo e não aconteceu nada de grave por aqui — explica o fotógrafo Jonathan Holdorf.

 Outra moradora dos Ingleses que sentiu o tremor foi Ana Paula Hoppe. Ela ouviu o barulho de vidros e sentiu a casa tremer durante alguns segundos. Ela percebeu que os vizinhos  também sentiram o fenômeno e depois encontrou outras pessoas que colocaram os seus relatos na internet.

Apesar de não ter relatos do tremor nos prédios da Universidade Federal de Santa Catarina, o fenômeno foi sentido em algumas ruas próximas. Manuella Mariani estava em sua casa — localizada na subida para a Serrinha, no bairro Trindade — e tinha acabado de acordar quando sentiu a cama e a parede tremer. A estudante só descobriu que era um leve terremoto quando viu o relato de familiares.

Entenda o caso

Um tremor de 3,6 pontos na escala Richter foi registrado às 9h28min46s desta sexta-feira, 13, na margem continental de Santa Catarina. O fenômeno, confirmado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), aconteceu a 100 quilômetros da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis. Moradores das regiões Norte e Sul da Ilha e até de São João Batista, na Grande Florianópolis, sentiram os efeitos da propagação das ondas sísmicas pelo mar até a terra.

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