Localizado ao lado do Rio Cachoeira, o Mercado Público de Joinville foi invadido pela água durante as chuvas que atingiram a cidade no último sábado (7). Segundo comerciantes, esta foi a maior enchente registrada em quase 40 anos. Das nove lojas que dividem o imóvel, todas foram atingidas de alguma forma.

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— Eu até não acreditava que ia vir com essa velocidade. Era umas 10h20min, mais ou menos, e já começou a entrar água aqui no mercado. Nestes 36 anos que eu estou aqui, a gente sabe o histórico de alagamento que tem a cidade de Joinville, porém esse foi o maior — conta o lojista Valmir José Santiago.

O comerciante cita que esta viu poucas vezes o Mercado Público da cidade ser invadido pela água, porém, das outras vezes, era somente uma “lâmina” de água, sem grandes prejuízos. 

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— Foi só uma lâmina de água mesmo, porque nós não tínhamos até então aquele muro de contenção que tem atrás. Até pedi para deixar um espaço em aberto porque eu sabia que a água ela vem do Rio Jaguarão e vem do Matias desemboca tudo aqui e passava para o leito do rio. Nesse tempo todo, nunca o leito do transbordou, dava vazão para as águas que desciam. Depois do muro, entrou aqui em torno de uns oito centímetros de água e, desta vez, deu 19 centímetros. Foi bastante água mesmo, me assustei — cita Valmir.

A enchente causou prejuízos. Ao menos um equipamento eletrônico da loja de Valmir queimou em contato com a água. Marcos Roberto Santiago, também comerciante, perdeu duas geladeiras e alguns móveis. Outros itens foram salvos com a ação rápida dos comerciantes, que conseguiram mover os objetos para locais mais altos. 

Doze anos com comércio instalado no Mercado Público de Joinville, Marcos nunca tinha visto uma enchente tão grande como a ocorrida no sábado (7).

— Era um mar, a gente estava totalmente dentro de um mar de água, tinha água por todos os lados. É triste. Eu estou há 12 anos aqui e essa é a segunda vez que aconteceu de entrar água dentro do mercado municipal. Porém, na vez anterior, foi apenas uma lambada de água e desta vez foi praticamente dois palmos — conta.

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Dois dias após a enchente, os comerciantes ainda não conseguiram abrir as lojas para atender o público. Nesta segunda-feira (9), foi possível apenas trabalhar para retirar a lama, sujeira e reorganizar o local.

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Prefeitura de Joinville faz esclarecimento

De acordo com nota da prefeitura de Joinville, o Rio Cachoeira sofre interferência direta da maré. Conforme a Defesa Civil informou, por volta das 7h40 da manhã de sábado houve um pico de maré de 1,8 metro. Com o acumulado de chuva no período, foram registrados pontos de alagamento em todas as regiões da cidade. 

Além disso, segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana, as redes de drenagem direcionam a água acumulada na região central e do Mercado Público para o Rio Cachoeira, que quando está sob influência da maré tem dificuldade de escoamento em direção ao mar. 

Ainda de acordo com a prefeitura, não há relação entre a elevação da mureta, que deve aumentar a calha por onde a água pode passar sem atingir a área urbanizada, com o alagamento registrado nessa região que se deve a uma condição climática adversa. “É importante pontuar ainda que a obra para a elevação da mureta foi realizada há cerca de seis anos atrás”, finalizou a nota.

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