A quadrilha investigada pela Polícia Federal e Receita Federal por golpes com criptomoedas teria movimentado cerca de R$ 4 bilhões no Brasil, de acordo com a PF. Os crimes teriam acontecido em diversas cidades catarinenses, paranaenses, paulistas e cariocas e pelo menos mais 11 países, incluindo os Estados Unidos.
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O chefe da organização criminosa e a quadrilha foram alvo de uma operação com mandatos de busca e apreensão em Santa Catarina e outros estados nesta quinta-feira (6).
Segundo a Polícia Federal, foi solicitado o bloqueio de R$ 900 milhões em bens, incluindo 17 imóveis. Ainda foram apreendidos barras de ouro, carros de luxo, relógios da marca Rolex, jóias, tênis, telefones celulares e outros eletrônicos. Os agentes encontraram montantes de dinheiro vivo em uma residência, com R$ 176 mil, dólares e pesos mexicanos.
Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba. Em SC, as ordens judiciais foram cumpridas em Governador Celso Ramos. Pelo país, os policiais fizeram buscas em Curitiba (PR), São José dos Pinhais (PR), Barueri (SP), São José do Rio Preto (SP) e Angra dos Reis (RJ).
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De acordo com a Polícia Federal, a investigação foi iniciada em março de 2022, após a Interpol informar que uma empresa internacional, com atuação nos Estados Unidos, e o principal gerenciador, um brasileiro residente em Curitiba, estavam sendo investigados pela Força Tarefa de El Dorado (El Dorado Task Force), da Homeland Security Investigations (HSI) de Nova Iorque.
A apuração era por envolvimento em uma conspiração multimilionária de lavagem de capitais a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.
Na pirâmide financeira, há uma promessa de remuneração alta a quem aderir a partir do recrutamento progressivo de outras pessoas para o esquema, mas que não é sustentável. Já os criptoativos são moedas digitais que podem ser usados como dinheiro de forma eletrônica.
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A suposta quadrilha é investigada por estelionato, lavagem de capitais, organização criminosa, contra o sistema financeiro nacional e a economia popular.
Como a quadrilha operou
No Brasil, a organização criminosa fez milhares de vítimas que acreditavam nos serviços prometidos. A quadrilha realizava o aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que “poderiam alcançar até 20% do capital investido”.
O dono da empresa afirmava que tinha vasta experiência no mercado de tecnologia e uma equipe que realizaria operações de investimento para gerar lucro e suportar o pagamento dos rendimentos. Entretanto, as vítimas acabavam em um esquema de fraude.
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Ao longo da investigação, a polícia concluiu que o investigado formou uma verdadeira organização criminosa, inclusive com muitos membros da família. Simultaneamente, constatou-se que a mesma organização criminosa, com parceiros no exterior, desenvolvia fraude semelhante, porém focada em marketing multinível, nos Estados Unidos e em ao menos outros 10 países.
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Outra estratégia dos criminosos era a criação de criptomoedas próprias, as quais também eram comercializadas por meio das empresas. Elas garantiriam pagamento de retornos mensais extravagantes aos “clientes”. Porém os criptoativos não possuíam liquidez no mercado, sendo usadas unicamente para continuidade das fraudes pela quadrilha.
Enquanto parte dos recursos das vítimas era usada para pagamentos das remunerações mensais, o restante era usado pelo investigado e pela organização criminosa para aquisição de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e diversos outros gastos.
Segundo a Receita Federal, as investigações prosseguirão para apurar por completo as responsabilidades de todos os envolvidos.
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