Uma operação da Guarda Municipal de Florianópolis terminou em confusão na manhã deste sábado (13), no centro da cidade. De acordo com a corporação, agentes estavam fiscalizando o comércio de ambulantes, quando um homem, supostamente, se irritou com a abordagem e partiu para cima deles.

Continua depois da publicidade

A pessoa em questão é um senegalês, que vive há cerca de três anos no Brasil. A Guarda Municipal acabou prendendo o homem por desacato e resistência à prisão. Enquanto ele era detido, moradores que presenciavam a cena reclamavam da abordagem, considerada truculenta por muitos.

Vídeos divulgados pela advogada Daniela Félix, que assumiu a defesa do senegalês, mostram que, enquanto o homem era preso, a Guarda Municipal reagia às manifestações populares com o uso de sprays de pimenta. Nas imagens, também é possível ver que algumas pessoas ameaçavam agredir os agentes.

Em Florianópolis, o Centro costuma ter um movimento intenso durante as manhãs de sábado. Isso acontece porque o comércio abre normalmente até por volta das 12h e muitas pessoas usam esse horário para frequentar as lojas e os serviços oferecidos na região. Isso explica a quantidade de gente acompanhando a prisão.

Para o comandante da Guarda Municipal, Ivan Couto, a abordagem dos agentes foi realizada dentro dos padrões. Ele afirma que reações populares como as que aparecem no vídeo são esperadas nesses casos.

Continua depois da publicidade

— O que eu tenho de informação é que as equipes da guarda agiram dentro daquilo que é considerado correto — disse o comandante, afirmando que outros ambulantes incitaram as agressões contra os agentes.

Já a advogada que está representando o senegalês discorda. Segundo ela, o homem foi detido sem qualquer prova de que estivesse cometendo algum crime. Félix afirma que ele estava com algumas bermudas guardadas dentro da mochila, mas que isso não poderia ser configurado como venda de produtos ilegais.

Ela lembra que o cliente também não foi autuado por qualquer crime envolvendo a prática de comércio ilícito. Para defensora, a prisão foi arbitrária.

— Eles [agentes] falam que foram xingados. O preso em si, a pessoa que foi autuada, mal fala português. Nem sabe o que é xingamento — garante a advogada.

Continua depois da publicidade

Depois de ser contido pelos guardas, o senegalês foi levado à Central de Plantão Policial (CPP), onde segue detido. Ele aguarda a audiência de custódia, marcada para domingo (14).