Ex-líder croata morre após tomar veneno em tribunal

O gesto desesperado do réu “ilustra a profunda injustiça moral” cometida pelo tribunal de Haia, considerou o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic. Ele expressou suas “sinceras condolências” à família de Praljak.

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Quando o tribunal se dispunha a emitir a última sentença antes do encerramento de suas atividades em dezembro, o réu gritou “Praljak não é um criminoso”.

— Rejeito seu veredicto — declarou ele ao tribunal.

Em seguida, o réu sacou um frasco do bolso, tragando o conteúdo diante das câmeras. Segundo o advogado, ele “bebeu veneno”.

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Funcionários do tribunal correram para atender Praljak, e o presidente da Corte, Carmel Agius, ordenou a suspensão da audiência. Minutos depois, chegava uma ambulância. Vários socorristas entraram no tribunal.

Praljak não resistiu e morreu em um hospital de Haia. A sala de audiência onde aconteceu o incidente foi declarada “cena de crime” e “uma investigação foi aberta pela polícia holandesa”, segundo anunciou o juiz Agius antes de retomar o julgamento na parte da tarde, em outra sala.

O julgamento

O incidente inédito aconteceu durante uma audiência de apelação de seis ex-dirigentes e chefes militares dos bósnio-croatas.

Entre as acusações, estão a transferência de populações muçulmanas, assassinatos, estupros e destruições de bens civis com o objetivo de criar uma “grande Croácia”. Os atos foram classificados como crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos durante a disputa bélica na Bósnia, que deixou mais de 100 mil mortos e 2,2 milhões de deslocados.

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O veredicto desta quarta-feira deveria ser o último do tribunal antes de seu encerramento em dezembro, depois de quase um quarto de século dedicado a julgar os autores de atrocidades na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.