Um casal de moradores de Joinville viveu um momento de angústia após o cachorro da família ser atacado por um pitbull na tarde de domingo (21) no bairro Profipo. A tutora estava com o cão no colo quando ocorreu o ataque e o animal chegou a ser retirado de seus braços. Por conta dos ferimentos, o cão precisou ser internado.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Joinville e região no WhatsApp
Uma câmera de segurança flagrou todo o ataque. O tutor do animal ferido, Luis Fernando Trupel, conta que já identificou a proprietária do pitbull e que as imagens mostraram ela passeando na rua com o cão solto momentos antes do incidente.
“Guardiões das toninhas”: projeto de SC atua para salvar espécie de golfinho da extinção
Continua depois da publicidade
As imagens também mostram que, ao chegarem, a família soltou os cães de raça pequena, que logo foram entrando em casa. Ao ver o pitbull, a mulher ainda pegou no colo um dos cachorros da família, mas o outro animal conseguiu morder e saiu correndo com o cão na boca.
Imediatamente, o casal correu e tentou tirar o cachorro de dentro da boca do pitbull, que acabou sendo agredido na tentativa da família de parar o ataque. Ainda assim, o animal conseguiu correr por mais duas quadras. Um homem que passava pela região ajudou a família a resgatar o cão machucado.
Ainda conforme Luis, após o ocorrido, os tutores do pitbull recolheram e esconderam o animal. A família fez um boletim de ocorrência e exames de corpo delito por conta das mordidas que receberam ao tentar salvar o próprio cachorro. O animal que sofreu o ataque está internado em uma clínica veterinária. A Polícia Civil deve investigar o caso.
Veja vídeo do ataque
O que diz a lei sobre ataque de cães em Joinville
Em Joinville, a Lei Complementar 648 de 15 de maio de 2023 define uma série de critérios de responsabilidade para o manejo e condução de cães de raças notoriamente violentas e perigosas, de grande porte ou, ainda, de cães com histórico de agressividade e comportamento antissocial. Confira algumas delas:
Continua depois da publicidade
- Só poderão ser levados aos parques, praças ou vias públicas onde ocorra a circulação ou concentração de pessoas, por maiores de 18 anos e com a utilização de guias com peitoral e/ou focinheira;
- O proprietário é obrigado a colocar no animal coleira com o número do microchip, devidamente preenchido com os dados do tutor;
- Manter o animal em área delimitada, com dimensões suficientes para o seu manejo seguro, reforçada com cercas, muros ou grades que impeçam a fuga do animal e resguardem a circulação de pessoas nas proximidades;
- Colocar na entrada do imóvel onde é mantido o cão, de forma visível, placa de advertência que informe a periculosidade do animal;
- impedir o acesso do cão a caixas de correio, hidrômetros, caixas de leitura de consumo de energia elétrica, equipamentos congêneres e locais de acondicionamento de resíduos domiciliares.
O não cumprimento da legislação pode acarretar em pagamento de multa no valor de cerca de R$ 5.885, apreensão do animal e reparação de danos causados.
Pitbulls são naturalmente mais agressivos?
Segundo o médico veterinário Ricardo de Pauli, especialista em comportamento animal, os pitbulls têm maior potencial de lesão, pois a raça foi criada no século 19 justamente para competir em rinhas. No entanto, o comportamento de um animal não é expresso somente por conta da carga genética.
Existem três principais pilares que definem o comportamento de um cachorro: a genética, as experiências de vida e o ambiente. Segundo o médico veterinário, a socialização do filhote entre os 30 e 90 dias de vida é fundamental para garantir um comportamento não-agressivo, na vida adulta.
Continua depois da publicidade
— Se um animal tem contato com animais e pessoas nesse período inicial, ele tende a entender muito bem o comportamento de uma pessoa e de outros animais e consequentemente não desenvolve medo e agressividade. Por outro lado, se ele não é socializado, ele pode desenvolver mais medo e mais agressividade — diz Ricardo.
Além disso, o ambiente em que vive o animal também influencia seu comportamento. Um cão que recebe muitos estímulos e coisas para fazer tende a lidar melhor com o estresse do dia a dia. Já um animal que vive preso pode ter reações mais intensas.
— O Pitbull é uma raça que não é para qualquer um ter. Se um tutor não tem comando e domínio sobre o cão, ou se ele não tem tempo pra passear com esse animal, para gastar a energia dele e para educar e adestrar esse cão, ele não deve ter esse cão. Um animal desse porte é uma máquina de matar nas mãos erradas — pontua o médico veterinário.
Em caso de ataques, também conta o fenômeno do comportamento sincronizado, que ocorre quando um cachorro ataca e os outros repetem o comportamento.
Continua depois da publicidade
Leia também
Cobra mais venenosa do Sul do Brasil é resgatada em casa de SC
Cobra entre as mais venenosas do Brasil é encontrada dentro de gaveta em Jaraguá do Sul
Homem é flagrado furtando blocos de concreto que seriam usados em calçada no Norte de SC