O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) partiu para cima do colega Dionilso Marlon (PT-RS), nesta quarta-feira (19), após ele dizer que a facada no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era fake.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Ele não chegou a agredir o parlamentar, porque foi impedido por colegas e assessores que estavam no local.
O filho 03 do ex-chefe do Executivo xingou o deputado e disse:
— Tá achando que tá na internet? Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que vocês não têm.
Continua depois da publicidade
Deputados de SC pressionam CPMI após imagem de ministro do GSI em atos golpistas
🚨URGENTE! Vídeo completo do Eduardo Bolsonaro ameaçando um deputado , dizendo “E se eu enfiasse uma faca no seu bucho” e partindo pra briga ! Lamentável! Falas homofóbicas, misóginas é extremamente violentas … pic.twitter.com/NLExIDtbcR
— Duda Salabert (@DudaSalabert) April 19, 2023
O então candidato Jair Bolsonaro levou uma facada, em 6 de setembro de 2018, de Adélio Bispo de Oliveira. Adversários políticos, contudo, levantam a hipótese, sem provas, de que o atentado não teria sido real.
Eduardo Bolsonaro falava durante a Comissão de Trabalho da Casa, quando ele mesmo mencionou a facada. Então, fora do microfone, o colega fez a menção à suposta falsidade do episódio.
O filho do ex-presidente, então, disse que estaria sendo provocado e pediu respeito. Até que levantou e partiu para cima do colega, que estava algumas fileiras à frente na comissão.
Continua depois da publicidade
Sete pessoas são condenadas na Operação Ave de Rapina que apura fraude em radares de Florianópolis
Assessores e parlamentares impediram que a agressão se concretizasse e tiraram Eduardo do local.
Mais tarde, Marlon se manifestou ao microfone da comissão e disse que acionaria o Conselho de Ética da casa contra o deputado.
— Tenho vergonha de ver colegas que não conseguem ter equilíbrio pra ir pra disputa politica e vão pra baixaria, [para] dizer [que vai] me encher de porrada, chamar minha mãe do que ele chamou — disse o petista.
Jorginho nomeia filha de Michelle Bolsonaro no governo de SC
— Quero a degravação da taquigrafia da fala do Eduardo. É [quebra de] decoro parlamentar. Vou encaminhar isso pro Conselho de Ética da Câmara — completou.
Nas redes sociais, aliados de Eduardo saíram em sua defesa, como o ex-secretário de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten.
Continua depois da publicidade
“O Deputado do PT que disse que a facada que o PR @jairbolsonaro recebeu, que tem sequelas até hoje, foi encenação já esta no inquérito das fake news? É absurda uma fala dessas nesse momento”, disse no Twiter.
Projeto de lei para melhorar transparência em licitações é discutido na Alesc
Ele faz referência à investigação que está no STF (Supremo Tribunal Federal) e que apura a conduta de aliados do ex-mandatário.
Há ainda hoje na Polícia Federal um inquérito aberto a respeito da facada envolvendo o ex-presidente. A Folha de S.Paulo mostrou nesta quarta-feira que investigação da Polícia Federal em andamento cita uma possível relação da facção criminosa PCC com pagamentos para a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada em Jair Bolsonaro em 2018.
A apuração reiniciada no ano passado contraria conclusões anteriores e aventa uma tese considerada inconsistente pela atual direção da PF, que vê fragilidades nos indícios citados.
Continua depois da publicidade
Dois inquéritos da PF já apontaram que Adélio agiu sozinho no dia 6 de setembro daquele ano.
A possibilidade agora analisada se baseia especialmente em pagamentos de acusados de integrar a facção para um dos advogados que defendeu Adélio, mas que foram feitos dois anos depois da tentativa de assassinato de Bolsonaro.
O advogado investigado no caso nega qualquer elo com o PCC e diz que os repasses têm relação com a defesa de outros clientes, não a de Adélio.
*Reportagem por Marianna Holanda
Leia também
Litoral de SC registra inundações devido à maré alta
Frio no feriado leva turistas à Serra de SC e hotéis têm 80% de ocupação