Uma cena inesperada — e encantadora — foi flagrada por um drone em plena praia de Itapema e chamou a atenção daqueles que puderam contemplar o espetáculo. As imagens mostram uma aglomeração de golfinhos, que nadam de forma sincronizada pelo mar, e em uma quantidade que jamais tinha sido vista antes por alguns moradores. Uma das pessoas a se impressionar com o episódio foi a empresária Lais Ohana, responsável pelo registro. Ela conta que decidiu gravar mais de perto a movimentação na água depois de achar que fosse um cardume de tainhas.
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E foi aí que veio a surpresa.
— Eram 8h da manhã e aí meu marido viu [os golfinhos], mas pensou que fosse tainha. Daí eu decidi colocar o drone para ver melhor e eram golfinhos. Mas foi muito por acaso — explica.
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Lais e o marido, Paulo Henrique, estavam na sacada do apartamento, localizado no Canto da Praia, quando avistaram, de longe, os supostos peixes. Naquela manhã de quinta-feira (20), a empresária chegou a fazer um vídeo com o celular para tentar identificar o animal, mas conta que era impossível reconhecê-los. Já Paulo deduziu que fossem tainhas.
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A moradora usou, então, o próprio drone para voar em direção ao mar e sanar a curiosidade de quem via a cena de longe. Ela explica que o equipamento serve, justamente, para registrar paisagens, já que esse é um hobby que ela carrega consigo. Mas a empresária ressalta que não é comum flagrar esse tipo de situação na praia onde mora.
— Já tinha visto uns dois ou três, mas desse jeito que eu filmei, nunca. Acho que ninguém nunca viu tantos golfinhos juntos, daquele jeito, em Itapema — diz, ainda deslumbrada com o episódio que ela mesma registrou.
Veja o vídeo feito com drone
Segundo Lais, havia centenas de golfinhos juntos naquela manhã, nadando por Itapema. O biólogo marinho, professor André Barreto, explica que os animais flagrados nas imagens são golfinhos-pintados-do-Atlântico (Stenella frontalis), espécie que ocorre em zonas mais afastadas da costa, sobre a plataforma continental. Segundo ele, também é comum formarem grupos grandes, que ultrapassam 100 animais juntos. Essa aparição, porém, não é flagrada com frequência na região, já que não é o habitat normal da espécie.
— Provavelmente estavam se alimentando. Os golfinhos seguem cardumes de peixes, dos quais se alimentam. Se havia algum cardume grande pela região, é possível que tenham vindo se aproveitar desse recurso. Essa espécie não é comum perto da costa, mas não é a primeira vez que aparece. Em outros anos também temos informação e registros deles vindo aqui para o Litoral Norte — explica Barreto.
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Confira fotos dos golfinhos do alto
Dois dias depois, mais uma surpresa: a empresária encontrou um pinguim solitário em Bombinhas, na Praia do Buraco Quadrado. Ela passou o sábado (22) por lá, enquanto fazia imagens de drone para conhecer o lugar, e no momento em que estava prestes a ir embora, avistou o pinguim. Mais uma vez, Lais aproveitou para fazer o registro do alto e publicar no Instagram, onde compartilha algumas das descobertas dela céu afora. Confira o perfil aqui.
Vídeo mostra pinguim nadando tranquilamente em Bombinhas
Ainda conforme Barreto, essa é a época em que eles costumam aparecer em Santa Catarina. Todo inverno grandes quantidades de pinguins chegam à costa, entre junho e agosto, onde saem das colônias de reprodução na Argentina e se espalham pelo Sul do Brasil, chegando até Santa Catarina, explica o professor.
A espécie é conhecida como pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), a única com ocorrência regular no Brasil, de acordo com o especialista. Só no ano passado, em Bombinhas, 264 pinguins foram avistados em praias da cidade, segundo dados da PMP-BS. Já em todo o Estado, mais de 5 mil desses mamíferos “visitaram” Santa Catarina em 2023.
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*Sob supervisão de Augusto Ittner
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