Uma história bíblica foi lembrada para ilustrar o confronto entre Chapecoense e River Plate, nesta quarta-feira, às 22h, na Arena Condá, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana.
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– Vai ser uma batalha de Davi contra Golias – afirma o meia Camilo, do time catarinense.
E faz sentido. Afinal, a Chapecoense está em desvantagem de dois gols após a derrota por 3 a 1 na Argentina, na quarta-feira passada. Mas nem é tanto por isso. É que o Verdão, mesmo com seu crescimento meteórico, ainda é um clube de apenas 42 anos, com quatro títulos catarinenses e um vice-campeonato da Série B em 2013, contra um time de 114 anos, com 14 títulos do campeonato argentino e três Libertadores, entre elas a de 2015. Além disso, é o atual campeão da Recopa e da Copa Sul-Americana.
Mas a história da Chapecoense é feita de surpresas. Em 2013, o plano era se manter na Série B por três a quatro anos para depois tentar subir para a Série A. O planejamento deu errado, de certa forma. O time venceu oito das 10 primeiras rodadas e acabou conquistando o acesso. No Campeonato Brasileiro, venceu o São Paulo no Morumbi, aplicou 5 a 0 no Internacional e 4 a 1 no Fluminense, no Maracanã. Em 2015 fez 5 a 1 no Palmeiras.
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O próprio Camilo lembra que a delegação do Verdão foi com um time misto para enfrentar o Libertad no Paraguai, de ônibus, e pouca gente acreditava em um bom resultado. A Chapecoense conseguiu um empate no Paraguai, com um jogador a menos desde o início do segundo tempo.
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Além disso, Camilo se tornou o primeiro jogador da Chapecoense a marcar um gol fora do país por uma competição oficial. Depois de superar várias lesões e perder a posição de titular, o meia recuperou a posição com Guto Ferreira.
– Fiz até um quadro da foto do gol para mostrar para meus netos – disse o meia, que nasceu na comunidade pobre de Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e agora desfila nos principais gramados da América.
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No jogo de volta da fase passada, após a epopeia de ônibus até Assunção, a Chapecoense conseguiu a classificação nos pênaltis em Chapecó.
O River Plate não é o Libertad, mas não duvidem da Chape.
– Quem sabe o Davi não acaba derrubando novamente um gigante – sonha Camilo.
E, quem sabe, o meia novamente tenha fotos para fazer um novo quadro. Daí certamente o jogador que ganhou o apelido de Camiloini, pela semelhança do cabelo com o jogador Fellaini, da seleção belga, poderá fazer sua comemoração mexendo na vasta cabeleira:
– Seria ótimo!