Dejan Petkovic é um sérvio de coração e alma brasileira. Morando no Brasil desde 1997 – quando foi contratado pelo Vitória -, ele fala muito bem o português. Mas é de outra língua que ele entende melhor: o futebolês. Jogador de alto nível, ele conhece muito bem o estilo boleiro dos atletas. Por isso, seu treino é permeado de cobranças, ensinamentos e descontração. Ele parece que entende como os jogadores de futebol do Brasil pensam. Talvez por isso tenha conseguido ótimos resultados neste início de trabalho no Criciúma.
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A eliminação na Copa do Brasil para o Grêmio foi dolorida para a torcida, mas trouxe um alento ao ver a disposição e bom futebol da equipe. Na Série B, ele continua invicto, tirou o time das redondezas da zona de rebaixamento e agora mira o acesso à elite nacional. Hoje, às 16h30min, contra o Santa Cruz, é mais um passo rumo à retomada carvoeira na temporada.
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Feliz no trabalho, Petkovic conquistou em pouco tempo os funcionários do Tigre e parece que o grupo de atletas confia no comandante. O clima no clube é agradável e tem uma leveza que não se via no Tricolor do Sul desde o acesso à Série A do Brasileiro, em 2013.
Clima e confiança não são garantias de sucesso, mas é um bom começo para que o trabalho de Petkovic tenha frutos, sendo a volta para a Primeira Divisão mais palpável para o torcedor.
Confira a entrevista completa com Petkovic:
Mesmo com a eliminação para o Grêmio, você vê o Tigre no caminho correto?
Fizemos um grande jogo e não passamos para a próxima fase. O jogo que fizemos foi de deixar com muito orgulho quem estava assistindo. E mostrar que eu não estava enganado quando disse que temos que trabalhar em cima do potencial dos jogadores. Eles podem fazer um grande jogo e podem jogar bem e render muito mais. Faltou a finalização para comemorar mais. E falei para eles que agora vão ter problema comigo porque mostraram que podem e por isso vou cobrar muito mais.
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Como foi a experiência de ver o HH cheio?
A torcida compareceu e foi bonito. Não estava com o estádio completo, mas tinha um bom público. É bonito de se ver. Temos um caminho longo para alcançar os nossos objetivos e a torcida nos motivou, se eles comparecem podemos fazer melhores resultados.
A Série B tem só quatro times premiados ao final, diferente da Série A, que tem zona da Libertadores e Sul-Americana.
Campeonato de pontos corridos é mais justo e mostra a regularidade. Tem que ter um equilíbrio. Em jogos de mata-mata, às vezes você está mal e se classifica. Ontem jogamos muito e fomos eliminados. Nos pontos corridos são 38 rodadas para mostrar o seu trabalho. Temos mais seis jogos até o final do primeiro turno para poder aproximar cada vez mais do G-4.
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E como é o seu planejamento de grupo?
É de criação de elenco, tem muito trabalho para fazer. Tem que conhecer, motivar, criar, ensinar e implementar a sua filosofia. E tudo isso está sendo feito. E falei para os jogadores que todo mundo vai jogar, só não joga quem não quer. Em poucas partidas já jogaram quase todos. Eles têm que aderir ao trabalho, querer. Elenco é que ganha o campeonato. Jogador pode ganhar um jogo, mas precisamos de mais de 60 pontos para poder subir à elite e isso só se faz com união.
Você é um técnico que gosta de ensinar bastante?
É uma mistura da personalidade, tudo tem que ter uma lógica. Falo para os jogadores que se tivermos clareza absoluta temos mais chances de acertar. Estou ensinando como vamos fazer, por que e onde. Tem gente que vai na linha de fundo e cruza sem ninguém na área, não precisa cruzar só porque vai na linha de fundo.
Qual é o prazer de um treinador? A adrenalina?
Para mim é quando você vê o trabalho florir dentro de um jogo. Nessas partidas com o Grêmio tive essa sensação. Tudo que a gente treinou apareceu dentro de campo.
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Ficha técnica
Criciúma
Luiz, Maicon Silva, Wanderson, Adalberto, Guilherme Santos, Marcão, Paulinho, Wellington, Lucca, Juba e Neto Baiano.
Técnico: Petkovic
Santa Cruz
Thiago Cardoso, Bileu, Danny Morais, Neris, Marlon, Wellington, Moradei, Renatinho, Lelê, Daniel Costa e Anderson Aquino.
Técnico: Marcelo Martelotte
