– Kat, coloca uma mochila nas costas e vai viajar, vai conhecer o mundo. É isso que Heloísa Schürmann diria, hoje, para sua filha Katherine se ela estivesse viva. Kat, que estaria com 20 anos, morreu aos 13, devido a complicações do vírus HIV.

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Confira aqui trechos do livro

A menina foi adotada aos três anos pela família Schürmann e é essa história que Heloísa conta em seu quarto livro, Pequeno Segredo: a Vida Espetacular de Kat Schürmann, que foi lançado ontem em uma sessão de bate-papo e autógrafos na Livrarias Catarinense, do Continente Park Shopping, em São José.

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Heloísa declarou que fez questão de voltar a Florianópolis, que é sua casa, para o lançamento deste livro tão importante para a sua vida.

A obra conta a história de como a família Schürmann conheceu e adotou Kat, uma criança soropositiva. Mais do que uma história sobre a doença, o livro relata o encontro e a vida em comum cheia de aventuras dos Schürmman.

– A jornalista Glória Maria escreveu o prefácio do livro e ela reparou que em lugar nenhum eu falo que Kat é minha filha adotada. Como ela tem duas filhas, ela repara quando as pessoas dizem que ela têm duas filhas adotadas. Nós temos filhos. Adotada ou não. Kat era minha filha. E se ela estivesse viva hoje, eu diria para realizar seu sonho de conhecer a Índia. Ela sempre quis ir para lá.

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Família mudou estilo de vida para fazer a adoção

Para adotar Kat, que a família conheceu na Nova Zelândia, os Schürmann mudaram sua trajetória. Depois de passar 10 anos no mar com os três filhos e de dar a volta ao mundo, precisaram fixar residência em terra firme para completar o processo de adoção. Para o juizado de menores, o mar não era lugar para se criar uma criança. E assim eles fizeram.

– Passamos pelo processo normal de adoção. Amigos testemunharam, afirmando que não somos malucos. Vejam que bons amigos – diverte-se Heloísa, ao contar que a família recebeu do mar, não só uma vida em comum, mas uma filha.

Confira as perguntas que Heloísa respondeu no evento:

Diário Catarinense – Quando e como você conheceu a Kat?

Heloísa Schürmman – Em 1991, perto do Natal, aportamos na Nova Zelândia em uma cidadezinha que moravam cerca de 500 pessoas. Um homem viu a bandeira brasileira do barco e nos chamou com sotaque, disse “meu mulher é brasileira”. Começamos a conversar e combinamos de jantar juntos em família mais tarde. Ele era o Robert e nos apresentou sua mulher, Jeane. Ela me disse que estava grávida, na barriga dela estava a Kat.

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DC – Ela ser soropositiva teve alguma influência na adoção?

Heloísa – Nós já estávamos apaixonados por ela. Quando soubemos, foi um choque e uma surpresa. Conhecíamos a família dela e eles nunca souberam que eram soropositivos, mas uma filha quando lhe é dada você aceita como vem. Foi o que fizemos.

DC – Conta uma passagem do livro para a gente?

Heloísa – Quando passamos pela Ilha de Páscoa queríamos ver os moais, aquelas estátuas de pedra enormes, mas a Kat desceu do barco e perguntou onde estavam os coelhinhos. Ela tinha certeza que na Ilha de Páscoa estaria o coelhinho da Páscoa. E como explicar para uma criança que não estaria? Contei essa história no meu blog e minha sobrinha nos enviou do Brasil ovinhos de Páscoa de plástico, que enterramos na areia para ela encontrar. A inocência dela e a certeza que ela tinha de que encontraria foi muito comovente.

DC – E qual o pequeno segredo?

Heloísa – Ah, isso eu não vou contar. Assim vocês vão ter que ler o meu livro (risos).