O cãozinho Ozzy enfrentou um longo caminho no último ano: diagnosticado com câncer, ele passou por sessões de quimioterapia, perdeu boa parte do pelo e, no final de 2023, foi detectada uma catarata. O animal perdeu a visão devido à doença, mas, em novembro deste ano, voltou a enxergar graças a uma cirurgia feita em Florianópolis.
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Tudo começou em novembro de 2023, quando os tutores do cãozinho encontraram uma bolinha na língua dele. Hanna Ribeiro conta que sempre esteve muito atenta à saúde de Ozzy, por isso, ao perceber a alteração, logo levou o animal ao veterinário.
— O Ozzy tem 10 anos e, por nove anos da vida dele, foi muito saudável, muito forte. Sabe aquele cachorro que a gente só ia ao médico uma vez por ano para fazer um check-up e tomar as vacinas? — conta a tutora.
Por isso, a surpresa foi grande ao notar a alteração. Após uma biópsia, o diagnóstico: câncer.
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— Foi um baque tremendo para mim e para o pai dele, porque ele é nosso companheiro, nosso filho, nosso parceiro de vida — relembra.
— Eu fiquei desesperada. Fiquei meses num sentimento de angústia terrível — complementa.
Ozzy começou a quimioterapia logo após o diagnóstico. Foram seis meses de tratamento, que exigiram coragem e força do cachorro e dos tutores. Hanna relembra que passava horas junto com ele na clínica.
Além disso, devido à medicação, ele perdeu boa parte do pelo. O cãozinho é da raça maltês, cuja característica principal é o longo pelo. O animal também passou mal entre sessões, o que fez Hanna temer perder o companheiro.
O cão reagiu bem à medicação e, mesmo que ainda não possa ser considerado curado do câncer, o tratamento já foi finalizado e ele está bem.
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No meio das quimioterapias, no entanto, outra surpresa: Ozzy teve um problema na coluna, que fez com que ele precisasse passar por sessões de acupuntura. O tratamento fez com que a vida do cachorro mudasse, segundo Hanna:
— A coluna dele é outra, ele até parou de tomar a medicação para dor, nem precisa mais graças a Deus e a coluna dele tá super bem. Ele corre, sobe as coisas, pula, eu que não deixa muito né, mas ele faz tudo que ele adorava fazer e continua fazendo.
Veja imagens do cão
Catarata
Ainda no final de 2023, os tutores notaram outra coisa: os olhos de Ozzy, apelidados por Hanna de “jabuticabas”, foram ficando opacos.
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— Ele me enxergava, mas tinha momentos que eu fazia movimentos, brincadeiras, e que ele perdia. Eu falei, cara, ele não tá enxergando 100%, já tá começando afetar a visão dele. E desde o começo eu já tinha comigo que iria operar — conta.
Até chegar ao médico que operou Ozzy, foram incansáveis buscas e passagens por outros especialistas. Hanna chegou a ouvir que não valia a pena operar. Foram meses até que, rapidamente, Ozzy perdeu completamente a visão.
— Ele ficou cego de um dia para o outro literalmente — diz Hanna.
Ela estava viajando quando tudo ocorreu:
— Ele já tinha parado de enxergar porque ele entrou numa crise diabética e a gente não sabia. É bizarro. A gente ficou sem chão. Na época até achamos que era alguma reação ao colírio, mas não, era a diabete que estava descontrolada. Neste ponto, ele ainda não tomava insulina. A gente não sabia que ele estava diabético.
Ozzy também passou por consultas com endocrinologistas, até começar a tomar insulina e mudar toda a alimentação do cãozinho.
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A cirurgia de catarata foi feita em 31 de outubro. Antes disso, sem enxergar e ainda se acostumando à condição, Ozzy batia nos móveis e nas paredes. Ele precisava de ajuda até para comer e beber.
— Como ele ficou cego, aguçou ainda mais a audição dele, então se assustava com facilidade. Partia nosso coração ele não vendo as coisas, não olhando mais no nosso olho. Foi outra angústia terrível — relembra.
Cirurgia e pós-operatório
Segundo o médico veterinário, especializado em oftalmologia, que fez a cirurgia, Thiago Ferreira, a catarata é uma opacidade que ocorre na lente natural dos olhos, que fica na parte de dentro, atrás da íris, a parte colorida dos olhos. Ela pode ocorrer por diversas razões, uma delas, como no caso do Ozzy, é a diabetes.
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— O principal sintoma que a família tem que ficar atenta é opacidade na parte preta do olho, que a gente chama de pupila — explica o veterinário.
Para chegar a um diagnóstico, no entanto, são necessários diversos exames, que devem ser feitos por profissionais especializados. Depois disso, o tratamento prévio inicia, tratando a inflamação que a catarata pode causar, antes mesmo de uma eventual cirurgia.
O tratamento antes do procedimento cirúrgico é essencial, já que, diferente dos humanos, os cães reagem de forma mais sensível à cirurgia nos olhos.
— O processo é bem complicado — pontua o veterinário.
Ele explica que a cirurgia pode mudar a vida de um cão, principalmente aqueles que, como Ozzy, perdem completamente a visão. Segundo Ferreira, um cão pode perder ou adquirir novos hábitos, se tornar mais calmo, entre outras coisas. Após a cirurgia, no entanto, eles voltam a ser o que eram antes.
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No caso de Ozzy, que teve catarata diabética, o que ocorre é um acúmulo de açúcar que “bagunça” as proteínas e altera o fluxo de líquido para a lente natural dos olhos. As proteínas ficam esbranquiçadas, o que dá o aspecto comum da catarata. Em casos em que os olhos do animal já ficam com essa característica, apenas a cirurgia pode devolver a visão.
No procedimento, essa capsula é retirada e uma lente é colocada dentro do olho. No caso dos cães, conforme explica o médico veterinário, ela é até melhor que a natural.
— O Ozzy está em recuperação ainda, não tá 100%. Ele ainda está tratando, tomando medicação, usando colírio. É um pós-operatório bem intenso e delicado, não é para qualquer um — conta Hanna, tutora do animal.
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