Os trabalhos de resgate aos dois homens que sofreram acidente de parapente na segunda-feira na Lagoa da Conceição foram filmados por equipe do Corpo de Bombeiros. As imagens mostram o momento em que o Arcanjo se aproxima e um dos ocupantes desce de rapel para buscar instrutor e aluno após a queda.

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O motivo da queda teria sido a abertura involuntária do paraquedas de emergência. O instrutor do parapente que caiu, após saltar para um voo no morro da Lagoa da Conceição, alegou que o equipamento abriu depois que o pino de segurança foi destravado acidentalmente.

O instrutor, Renato Gonçalves, 32 anos e o cliente, Silvio Agrepino Martins de Oliveira, 36 anos, natural de Caxias do Sul, que estava junto no voo, tiveram ferimentos leves, após ficarem pendurados em uma árvore, em um mata no morro da Lagoa da Conceição a aproximadamente cinco metros do chão. Eles foram liberados, após o resgate.

O instrutor de parapente, mais conhecido como Curreca, acostumado a orientar voos na região, conta que em 17 anos de profissão, foi a primeira vez que passou por uma situação dessas. Segundo ele, o paraquedas reserva abriu involuntariamente após três minutos de voo, o que forçou a descida.

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– Minutos antes do salto, estava carregando a mochila nas costas e não percebi quando o pino do paraquedas reserva se engatou na cerca de arame farpado que passamos. Não chequei isso e o pino ficou um pouco pra fora. Quando descemos com o parapente, o paraquedas de emergência abriu – explica o instrutor.

O voo durou poucos minutos, e chegou altura de pelo menos 30 metros, e logo instrutor e aluno caíram na mata, na descida do morro da Lagoa, próximo ao Mirante. Devido a mata fechada, o Corpo de Bombeiros usou um rapel para chegar até o resgate.

Instrutor e aluno, desceram o morro a pé. Sem ferimentos, foram liberados. De acordo com o tenente do Arcanjo, Sandro Fonseca, que comandou a operação este tipo de acidente não é comum. Procurado pela reportagem, Silvio de Oliveira, não atendeu as ligações no celular. ??

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Acompanhe a entrevista

Instrutor: Renato Gonlçalves

Diário Catarinense: Você acredita que o acidente foi uma fatalidade?

Gonçalves: No voo livre não existe fatalidade. Sempre costumo checar tudo antes. Mas o pino deu uma puxadinha e eu não percebi. Poderia ter acontecido com qualquer um, não foi uma falha no equipamento. Foi uma coisa banal e bem fácil de prever.

Diário Catarinense: Já tinha acontecido antes?

Gonçalves: Não. Tenho oito mil horas de voo e nunca tinha acontecido. Serve de alerta para os pilotos sempre checarem.

Diário Catarinense: E o aluno que estava com você, ele ficou nervoso?

Gonçalves: Não, ficou bem tranquilo. Até demos risada depois, porque foi uma situação engraçada. Caímos devagar. Ele estava pensando em fazer um curso e fomos fazer um voo duplo, para iniciar o curso. Até serve como aula.

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