Há exatos 16 meses, Nilton Macedo Machado assumia oficialmente a presidência do Avaí, substituindo João Nilson Zunino. Foi um período de acertos, erros e muito desgaste. E depois de insistentes pedidos de torcedores avaianos, Machado deixará o cargo. Até sexta-feira ele renunciará:
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Presidente do Avaí diz que vai renunciar até sexta-feira
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– Já havia decidido há alguns dias que vou renunciar e por isso estou fazendo a transição, para que ela seja boa para o clube. Até sexta-feira vamos formalizar – explicou, por telefone, o ainda presidente avaiano, sem querer passar mais nenhum detalhe.
A decisão não é surpresa internamente no clube e vem sendo amadurecida desde o ano passado, quando um grupo de avaianos influentes entrou em contado com Nilton Macedo Machado para que ele deixasse o cargo. Desta vez ocorreu o contrário: o presidente pediu auxílio aos notáveis para que sua saída fosse a mais tranquila possível.
A ideia do grupo era encontrar um novo presidente, com a renúncia de Machado e do vice-presidente Francisco Battistotti. Porém, este último não aceitou. Ele quer assumir o clube e já tem um projeto para a temporada, inclusive com um acordo verbal com um empresário de futebol, que lhe garantiu apoio e auxílio para trazer atletas.
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Fontes dizem que o vice-presidente ficou sabendo das negociações via imprensa e não gostou nada de ter sido excluído das reuniões que discutiam a renúncia. Independentemente da situação do clube, Battistotti não teme assumir o comando azurra e confia em seus contatos no mundo do futebol, conquistados entre 2014 e 2015, quando ajudou nas contratações.
Todo o processo de renúncia de Nilton Macedo Machado escancara o mau relacionamento entre ele e seu vice. Desde que Battistotti foi tirado da função de auxiliar nas contratações, ficou evidente um distanciamento entre eles.
Dívidas, crise no campo e problemas internos
O grupo de avaianos que ajudou Machado em sua renúncia não esbarrou apenas no desejo de Battistotti em assumir a presidência – como é determinado pelo estatuto do clube. Não houve um nome de consenso para ser proposto para uma nova eleição. A ideia era encontrar um candidato não só identificado com o clube, mas com credibilidade e condições de administrar o Leão. No entanto, alguns dos nomes consultados não se mostraram dispostos a assumir o cargo e outros foram descartados por não ser unanimidade ou não se enquadrarem nas medidas impostas pelo estatuto – como ser sócio do clube por pelo menos três anos, o que aconteceu com o ex-presidente do Clube Doze, Wilson José Marcinko.
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Com esse cenário, Battistotti assumirá o clube que sofre com problemas financeiros e técnicos, afinal, a equipe luta para não ser rebaixada no Campeonato Catarinense, onde não consegue marcar um ponto há sete rodadas. Mesmo com essa pressão e com as críticas impostas a ele por parte da torcida, Battistotti reforçou a pessoas próximas que irá provar aos torcedores que pediram sua saída que com sua forma de gestão ele é o homem certo para reestruturar o Avaí.
Alguns conselheiros do clube mostram preocupação justamente com a relação de Battistotti com a torcida azurra e que esse seria seu maior desafio no momento: apaziguar os avaianos para conseguir administrar o clube.
– Neste momento o Avaí precisa de uma pessoa motivada e que queira assumir a presidência, o Nilton não tem mais essa vontade. Ele foi muito pressionado pela família para deixar o cargo. Se Battistotti tem essa gana, o estatuto deve ser cumprido – disse um conselheiro que pediu para não se identificar.
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O fato é que até sexta, o Avaí terá seu presidente de número 47.