Vice-líder da bancada do PT na Câmara, o deputado Henrique Fontana (RS) defendeu, nesta quarta-feira, que os governistas entrem com uma ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a ordem de chamada dos deputados na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff seja alfabética e não por região (começando pelos parlamentares dos Estados do sul do país).

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— É mais uma ilegalidade. O presidente Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) é o líder do golpe. O critério republicano é a ordem alfabética — pregou.

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O parlamentar disse que os governistas estão preparando medidas para garantir a isenção do processo de votação. Ele também condenou a votação no domingo e disse ver risco de conflagração social.

Fontana afirmou que a base aliada vai pressionar o presidente da Casa a oficializar sua decisão nesta quarta. Cunha já divulgou todo o cronograma da votação no fim de semana, mas ainda não confirmou oficialmente o critério que adotará na votação nominal, embora já tenha informado os líderes de sua decisão. O petista acusou o peemedebista de usar prazos conforme os “interesses do golpe”.

— Ele está abrindo mão de um critério isento e republicano para decidir mais uma decisão deste tribunal de exceção — afirmou.

Clima

O vice-líder era um dos poucos petistas na Casa na manhã desta quarta-feira. Parlamentares se reuniram em grupos para traçar uma estratégia que impeça o andamento do impeachment da presidente da República.

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— É um clima muito difícil — confidenciou um petista.

O deputado reclamou da falta de liderança do partido, da bancada e do próprio governo às vésperas da votação.

O discurso oficial é de que a oposição não tem os 342 votos necessários para aprovar o impeachment. Eles admitem que também não têm os 172 favoráveis ao governo. A ordem é que os petistas mapeiem os votos de seus Estados e façam o corpo-a-corpo com os indecisos.

— Até domingo, tem de trabalhar. O cenário está disputado — resumiu o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

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*Estadão Conteúdo