Sem buracos, bem sinalizadas e com asfalto de boa qualidade. São sete ruas neste estado que motivaram a criação da primeira comissão parlamentar de inquérito (CPI) do governo Udo Döhler (PMDB).
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A CPI dos Buracos – que os vereadores batizaram na quinta-feira de CPI do Esgoto – quer descobrir por que estas ruas, cujo número pode aumentar para dez durante a investigação, receberam asfalto em toda a sua extensão.
Enquanto isso, o restante das vias da cidade que receberam obras de esgoto nos últimos anos, sob a gestão da Companhia Águas de Joinville, só teve recapeamento nos lugares em que foram abertos os buracos para a colocação dos tubos.
Embora seja o desejo dos moradores que têm suas ruas abertas para a colocação de tubulação, não é permitido no contrato entre Caixa Econômica Federal (CEF) e Águas de Joinville a utilização da verba para asfaltar ruas inteiras. Só o recapeamento é permitido.
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Diante da constatação, o principal questionamento que motivou a CPI é descobrir quem mandou as ruas serem asfaltadas inteiramente e se para isso não foi utilizado dinheiro de forma irregular.
Quinta-feira, no primeiro encontro do grupo, foi definido que Maurício Peixer (PSDB) será o presidente; James Schroeder (PDT), o relator; e Patrício Destro (PSD), o secretário da comissão.
– Não abrimos a CPI porque suspeitamos de corrupção ou para acabar em pizza. Decidimos que era preciso instaurar a CPI para melhorar o curso das obras que estão afetando toda cidade – explicou Maurício após a primeira reunião da comissão.
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Além disso, o grupo diz que pretende também obrigar a Águas de Joinville a assumir a responsabilidade pelos casos em que as obras geraram rachaduras em muros e residências. Para o próximo encontro, marcado para a quinta-feira que vem, os parlamentares vão analisar os primeiros papéis requisitados e, nos dias seguintes, devem visitar áreas com obras em andamento.
Durante a CPI, os vereadores prometem criar maneiras de apontar falhas nos processos feitos pela Águas de Joinville e pela Amae na realização das obras, que são feitas por empreiteiras terceirizadas. Eles dizem, no entanto, não ter ideia de como farão isto.
Moradores comemoram melhorias
A Notícia percorreu seis ruas que estariam na mira da CPI dos Buracos. Em todas, o asfalto é recente, de boa qualidade, praticamente sem sinais de obras deixadas pela metade. Pelo fato de a maioria já ter recebido obras da rede de esgoto em 2011 ou antes, os moradores pouco se lembram dos transtornos e dos consertos.
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Na rua Bananal, no Glória, a aposentada e pensionista Celita Jacob Streit, 61, recorda apenas que vizinhos chegaram a produzir cartazes e bonecos para denunciar a buraqueira após as obras de esgoto. Após reportagens em jornais e na televisão, segundo ela, houve recapes e, posteriormente, o novo asfalto.
– Antes do esgoto, tinha asfalto, mas era muito ruim. Aí, depois daquele barulho todo por causa da buraqueira, resolveram fazer asfalto novo. Hoje está bom, a única reclamação é que os motoristas andam rápido demais – afirma a moradora.
A situação é a mesma em outras ruas que devem ser foco da CPI, como a Luiz Delfino e a Aquidaban, no Glória; e a Caxias do Sul, Independência e Henrique Dias, no Anita Garibaldi.
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AS PRIMEIRAS DÚVIDAS
CPI enviou algumas perguntas nesta quinta-feira. Confira:
Para a Companhia Águas de Joinville
– Quais empreiteiras fizeram a instalação da rede de esgoto até agora em Joinville?
– O que diz o contrato da Companhia Águas de Joinville e da Caixa Econômica Federal (CEF)?
– Qual a área de abrangência de atuação de cada uma das empreiteiras contratadas?
– Como se deu o projeto de instalação da rede de esgoto no Jardim Paraíso e o que motivou o processo judicial entre a Prefeitura e a empresa contratada?
Para a Amae
– Quanto de dinheiro possui em caixa?
– Quanto recebe por mês da Prefeitura? E por ano?
– Quantas reclamações já recebeu de moradores?
– Quantos pessoas emprega? Quanto cada um ganha?
– Tem ouvidoria?
Os prazos da CPI
A partir de quinta-feira, a CPI tem 60 dias úteis para investigar os fatos. O prazo pode ser estendido por mais 45 dias úteis. O período em recesso, que começa na quinta que vem, não conta (ao menos que tenha sido feita alguma reunião extraordinária).
A primeira reunião será na quinta que vem, às 15h30, no plenarinho do Legislativo. As reuniões devem ocorrer todas as quintas.
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