Quando viajamos, por mais que exista planejamento, estamos sempre sujeitos a imprevistos. Neste mês de agosto viajamos por 13 dias e, no período mais longo da viagem aérea, a companhia aérea cometeu um erro em relação às nossas passagens, compradas com meses de antecedência. Graças a este erro recebemos o mais doce dos imprevistos: fomos transferidos para a primeira classe, upgrade, first class.

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Eu nunca havia tido esta experiência, mas agora digo com todas as letras: vale muito a pena. Eu dormi a viagem inteira, meu marido passou a viagem toda brincando com os controles remotos da poltrona e da TV, pedindo mais suco, mais água, tirando fotos. Vale muito a pena. Se você é um turista que não precisa fazer “contas”, dê a você este presente, compre a primeira classe.

No Chile a “compensação” é uma instituição nacional. Qualquer problema no atendimento gera compensação. Não houve necessidade de fazer reclamação formal, foi só franzir a testa e nada mais. Provavelmente esta prática comum em nosso país quase vizinho, gera na pessoa que teve qualquer problema em uma compra uma sensação de respeito. O cliente realmente está em primeiro lugar. A compensação garante sua satisfação.

Em um shopping center de Santiago, um pequeno problema com o pedido de comida na praça de alimentação, na prática quase imperceptível: a comida de um colega veio atrasada poucos minutos e, junto com o prato pedido, sem nenhum comentário nosso, foi trazida uma porção extra de batatas fritas como compensação. Nem sempre comer mais batata frita compensa.

Então às vezes a compensação também falha, mas, no caso da primeira classe, foi uma compensação e tanto. O hábito chileno me ganhou desta vez e ganhou também minha admiração. Vivendo, aprendendo e, se possível, compensando.

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