Cidade do Cabo ou Cape Town. Este foi o primeiro destino da sonhada volta ao mundo em direção ao Oriente. Mas por que a Cidade do Cabo neste roteiro de cidades à borda d?água? Como seria lá? Teria uma infl uência mais inglesa ou holandesa? A curiosidade também girava em torno das belezas naturais, como a icônica Table Mountain, o Cabo da Boa Esperança. Tudo isso iria nos remeter à nossa memória afetiva, aos livros de Geografi a e História.
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Essas inquietações eram também o combustível para a viagem, com muitas escalas e horas de voo, numa expedição que teria mais de 30 mil milhas e que começava ali. Sou arquiteto, colunista do caderno Casa Nova do DC e desenhei este projeto com Tiago Rodrigues, advogado e apreciador da arte da fotografi a. Em 15 de novembro de 2012, após alguns meses de preparação (vistos, vacinas e reservas), partimos para desvendar o mundo. Este primeiro destino nos surpreendeu positivamente e por um fator que nem imaginávamos, a simpatia das pessoas. Percebemos que nossa pesquisa por cidades à beira-mar seria focada nas pessoas – o jeito de viver, a relação com o mar, a alma urbana.
Nove horas de voo de Cidade do Cabo para Dubai, operado pela Emirates, significaram uma viagem mais confortável, pois, além do espaço interno diferenciado, há mais variedade na programação de filmes e músicas. Os árabes sabem que investir em aeroportos e companhias aéreas faz parte de um grande plano de atração e visibilidade para o país.
Assim esta cidade à beira d’água foi colocada no nosso roteiro do Projeto Volta ao Mundo, para vivenciarmos os efeitos de um lugar que emergiu muito rápido entre areias e mares. Aterrissar neste lugar foi muito curioso. Desde a arquitetura do aeroporto, que se assemelha a um shopping center, à indumentária dos agentes de fronteira, que usavam jalabyas brancas e sandálias de couro. Nossa chegada foi às 6h30min da manhã. Decidimos não nos hospedar diretamente no centro de Dubai, e sim num hotel de deserto – o Bab al Shams (porta para o sol) -, que fica a uma hora do centro.
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Isso contribuiu para aguçar nossa curiosidade, pois o táxi que tomamos margeou toda a cidade, assim, observamos o skyline de longe, e só dois dias depois chegamos à metrópole. O hotel do deserto foi inspirado nas antigas medinas, com becos e várias entradas e saídas, mas, sem dúvida, o melhor eram as várias piscinas de frente para o deserto. Depois de andar por Londres, na Inglaterra, e Cidade do Cabo, na África do Sul, foi ótimo chegar a um lugar tranquilo. Mas tivemos que deixar para trás o sorriso da Cidade do Cabo. Nos Emirados Árabes, as pessoas são educadas e sérias. A sensação de estar num lugar como esse é muito, muito boa. O tempo passa lentamente e você parece estar em alguma outra época, exceto pelos iPhones e iPads. Dos atendentes, 90% eram indianos e alguns nepaleses, treinados para atender com formalidade e cerimônia. No meio de tanto conforto e um belo bufê de café da manhã, ficamos sensibilizados ao ver aquelas pessoas trabalhando longe das famílias.
