Eram 8h30 de terça-feira quando os jaraguaenses tiveram o direito de finalmente utilizar o viaduto da avenida Waldemar Grubba. Três anos e meio se passaram desde que as obras para a construção começaram e seis anos desde que ela foi acordada pela Prefeitura de Jaraguá do Sul, o governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
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O prazo sobe para 12 anos se for considerada a idealização do projeto. Por isso, o fluxo livre que aparecia no local às 14 horas – horário em que há saída de funcionários da fábrica da WEG e quando geralmente há filas no local – parecia uma visão difícil de acreditar para pessoas como Marlete Marqueovizi.
Do balcão da loja de materiais de construção que a família possui há 30 anos em frente ao local onde foi construído o viaduto, Marlete já assistiu a muitos congestionamentos. Ela também via o marido sofrendo com o tempo parado enquanto tentava retornar com carregamento de produtos, que podia chegar a 40 minutos entre a ponte sobre o rio Itapocuzinho e a loja – uma distância de pouco mais de um quilômetro.
– Não podia planejar nada, nem marcar horário, porque nunca sabia quanto tempo levaria. Espero que a situação melhore, mas também tenho medo da velocidade com que os carros estão descendo este viaduto – observa.
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Vizinho de Marlete, Celso Benfatti tem uma farmácia há 14 anos na avenida Waldemar Grubba. Nos últimos três anos e meio, as vendas caíram devido às obras no local e ele espera que, agora, o movimento volte ao normal.
– Cheguei a ficar “isolado” aqui durante seis meses, o que foi bem difícil – recorda Celso.
Como motorista, no entanto, ele não acredita que o viaduto resolverá todos os problemas de congestionamento no trecho que liga os bairros Vieira e Centenário pela BR-280 e dá acesso a Schroeder. Para ele, é necessário duplicar a ponte de acesso a Jaraguá.
Os três anos e meio entre o início dos trabalhos e a conclusão do viaduto foram marcados por atrasos na obra e no repasse do pagamento da empresa contratada, pressões de lideranças políticas e da Prefeitura sobre o DNIT, protestos de moradores – que apelidaram a obra de “viaduto da vergonha” – e, por fim, pela mudança da empresa responsável pela construção. O valor investido na obra é de R$ 5,2 milhões, com recursos do Governo Federal.
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Linha do tempo
2010 – Construção de um viaduto é acordada entre Prefeitura de Jaraguá, Governo do Estado e DNIT.
24 de janeiro de 2013 – Topógrafos começam trabalho de medição na área de construção do viaduto.
16 de abril de 2013 – Prefeitura de Jaraguá do Sul conclui negociações sobre o valor das indenizações de quatro imóveis que foram totalmente desapropriados para a construção do viaduto.
17 de maio de 2013 – Começam as obras de drenagem para a construção do viaduto.
6 de maio de 2014 – Primeira parte do projeto, a construção da marginal direita da via, é iniciada.
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13 de agosto de 2014 – Colocação da primeira camada de asfalto na marginal direita do viaduto na avenida Waldemar Grubba.
8 de outubro de 2014 – Começa a construção do elevado.
19 de novembro de 2014 – Depois de uma interrupção para desvio de tubulação da SCGás, obra passa por terraplanagem. Novo prazo para conclusão é outubro de 2015.
21 de fevereiro de 2015 – Chuvas de verão atrapalharam o andamento da construção do viaduto e a empresa responsável pede prorrogação do prazo de entrega para fevereiro de 2016.
Janeiro de 2016 – Prefeitura de Jaraguá notifica superintendência do DNIT por atraso na entrega do viaduto.
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18 de julho – Neovia é contratada para concluir os trabalhos após a rescisão do contrato com a ET Engenharia por não cumprimento do prazo.