Secretário-geral da Liga árabe até 2011 e atualmente um dos diplomatas do Oriente Médio de maior influência na região, Amr Moussa afirmou que a decisão da Arábia Saudita de descredenciar frigoríficos brasileiros a exportar carne de frango ao país seria uma retaliação à ideia estudada pelo governo Jair Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém.
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— O mundo árabe está enfurecido (com o Brasil) — disse Moussa, que participa do Fórum Econômico em Davos, na Suíça. —Essa é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do Brasil — insistiu.
O anúncio do governo saudita foi divulgado na noite de segunda-feira (21) em relatório direcionado ao Ministério da Agricultura do Brasil.
Na tarde desta terça, a medida foi mal recebida pelo mercado e os papéis da BRF lideraram a queda do índice Ibovespa. As ações ON da BRF chegaram a recuar 4,53%.
Segundo uma fonte diplomática, negociações com a Arábia Saudita em torno da forma de produção do frango vinham sendo feitas desde o governo Temer. Os sauditas têm algumas demandas específicas devido a questões religiosas.
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