Três veteranos do movimento pró-democracia de Hong Kong se declararam inocentes nesta segunda-feira na abertura do julgamento por perturbação da ordem público durante a “Revolução dos Guarda-Chuvas” de 2014.
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Os três homens e outros seis acusados, deputados, líderes estudantis e ativistas, serão julgados por três semanas por seu papel nas grandes manifestações que pediram, em vão, reformas políticas. Eles podem ser condenados a até sete anos de prisão.
Os acusados foram recebidos na entrada do tribunal por centenas de simpatizantes, que gritaram frases como “Resistência pacífica” e “Quero um verdadeiro sufrágio universal”.
Chan Kin-man, 59 anos, professor de Sociologia, Benny Tai, 54 anos, professor de Direito, e Chu Yiu-ming, 74 anos, pastor batista, fundaram em 2013 o movimento “Occupy Central”.
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O objetivo era ocupar o distrito financeiro de Hong Kong caso não fosse aprovado um sufrágio universal livre para escolher o presidente do governo local, que é nomeado por um comitê favorável a China.
Vários jovens se uniram ao protesto, assim como o movimento estudantil, e a situação explodiu no outono de 2014, quando a polícia usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que se protegiam com guarda-chuvas.
O trio do Occupy convocou a população para apoiar o movimento, o que paralisou vários bairros de um dos maiores centros financeiros do mundo durante mais de dois meses.
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Desde então, os ativistas estão sendo processados pelo ministério da Justiça e alguns já cumprem penas de prisão. Outros perderam os direitos políticos e não podem disputar cargos públicos.
O promotor Andrew Bruce afirmou que as manifestações provocaram “prejuízos aos moradores” e destacou que os acusados apoiaram o “bloqueio ilegal de locais públicos e vias de trânsito”.
O professor Chan fez um discurso de despedida na semana passada para mais de 600 pessoas na Universidade Chinesa de Hong Kong, onde dá aulas há mais de 20 anos.
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“Enquanto a prisão e as provações não nos esmagarem e não permitirmos que sejamos tomados pela frustração e raiva, nos tornaremos mais fortes e inspiraremos os outros”, declarou, ao anunciar sua aposentadoria antecipada para o próximo ano.
Com o princípio “um país, dois sistemas”, estabelecido para a devolução de Hong Kong pela Grã-Bretanha em 1997, a região administrativa tem direitos diferentes aos da China, entre eles a liberdade de expressão.
Muitas pessoas, no entanto, percebem um controle cada vez maior de Pequim nos temas de Hong Kong e uma redução das liberdades.
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* AFP