A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) confirmou nesta semana que não será realizado um vestibular presencial no primeiro semestre de 2021, apenas no segundo, para vagas remanescentes. Por conta da pandemia, o processo seletivo será feito de três maneiras diferentes. Alunos e professores do terceiro ano do ensino médio criticaram a decisão da universidade.

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Segundo a UFSC, serão ofertadas 30% do total de vagas pelo SiSU, como em todos os anos. Dos 70% restantes, metade das vagas semestrais e a totalidade das vagas anuais serão oferecidas no primeiro semestre do ano que vem desta forma: 70% usando médias do Enem (de 2017 a 2020) e 30% pelos resultados dos vestibulares da UFSC (de 2018 a 2020). 

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Com essa decisão, os estudantes que estão no terceiro ano terão a chance de ingressar na universidade apenas pela prova do Enem, que está prevista para ser realizada nos dias 17 e 24 de janeiro. Por esse motivo, muitos alunos acreditam que estão em desvantagem. É o caso da estudante de Blumenau, Larissa Coninck, que deseja prestar vestibular para medicina. 

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— Eu acho que os terceiranistas deste ano serão prejudicados, pois terão que contar com a “sorte” de apenas uma prova, que será essa de agora, já as pessoas que estão no cursinho há mais tempo terão chances muito maiores, pois já sabem como funciona a prova, além de já terem várias notas que poderão ser utilizadas — afirmou.

 O estudante de Florianópolis, Ygor Goulart, também deseja prestar vestibular para medicina e se viu prejudicado com a decisão: 

— Eu acho que foram escolhidas muitas edições do Enem. Logo, alunos já formados na federal poderiam utilizar a mesma nota de sua primeira entrada para ingressar novamente, tirando a vaga de muitos alunos que estariam entrando pela primeira vez na UFSC. 

Vestibular é cancelado para evitar aglomeração 

Inicialmente, a UFSC planejava fazer um vestibular tradicional, com provas presenciais, entre abril e maio do ano que vem. Elas seriam realizadas com uma série de medidas sanitárias. No entanto, com o agravamento da pandemia, a decisão da universidade de suspender todas as atividades presenciais até 22 de maio tornou inviável a realização das provas.  

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Para Jean Silva, professor de física de cursos pré-vestibular, em Blumenau, apesar de polêmica, a decisão é a melhor forma de preservar a saúde pública, já que a estimativa é de que 25 mil candidatos participariam de provas presenciais.

— A UFSC decidiu pensar na segurança de todos, e eu não sei o que o Conselho Universitário poderia ter feito de forma diferente a não ser adiar a prova para não ter aglomeração. Contudo, demoraram muito tempo para tomar a decisão. Se eles tivessem dado essa resposta mais cedo, a gente poderia ter preparado os alunos de forma diferente — afirmou Jean.

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O papel motivacional do professor 

O ano de 2020 foi angustiante para todos. Ainda mais, para os estudantes do ensino médio que se preparam para as provas de vestibular e tiveram que lidar com a indefinição do futuro. Neste ano, o professor se tornou mais do que um educador, mas também adquiriu um papel motivacional, para ajudar os alunos a lidarem com as frustrações.

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Luiz Eugênio Lenzi, professor de física do ensino médio, em Timbó, fala como tem sido importante o apoio das escolas: 

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— Talvez, uma das atividades que mais tenha sido impactada durante a pandemia, seja a de professor. Além de readaptar sua prática, ele teve que se tornar psicólogo, pai, irmão e guia espiritual dos seus alunos. Então para conseguir lidar com a realidade deste ano, extremamente atípico, tivemos que colocar todas essas habilidades em prática e assim motivar os estudantes.