O caso do psicólogo que teve a garganta cortada e foi agredido com pauladas na cabeça em Timbó Grande, nesta quarta-feira (19), tem versões que levam a acreditar que o caso foi motivado por homofobia, de acordo com as investigações. Os dois suspeitos, que que estão presos, a testemunha, que estava no local, e a vítima, que sobreviveu ao ataque, foram ouvidos pela Polícia Civil.

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De acordo com um depoimento da vítima, dado ainda no hospital, sua casa foi arrombada por volta das 6h da manhã por dois homens que o agrediram, esfaquearam no pescoço e deram pauladas na cabeça. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Thiago Passos da Costa, o psicólogo prestará novo depoimento após se recuperar.

Segundo a Polícia Civil, a testemunha — um amigo que dormia na mesma casa — contou que acordou quando os suspeitos cortavam o pescoço do psicólogo. Ele pediu socorro e os homens fugiram do local.

De acordo com o delegado, os suspeitos foram presos horas depois em ação conjunta com a Polícia Militar e ouvidos na delegacia de Santa Cecília, cidade vizinha. Já a vítima permanece internada no Hospital Macaé, município de Caçador, onde passou por uma cirurgia e agora se recupera com quadro estável de saúde. 

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Versões sobre o motivo do crime são conflitantes

A motivação do crime ainda não foi esclarecida e segundo o delegado, as versões sobre o que levou ao crime violento conflitam entre si. 

A advogada da vítima, Steli Ceolla Ribeiro, conta que o psicólogo é assumidamente homossexual. De acordo com o delegado, os suspeitos contam que não arrombaram a porta, e que foram ameaçados com um punhal pelo psicólogo, que tentou obrigá-los a uma relação sexual. No entanto, o delegado conta que o suposto punhal não foi encontrado na cena do crime.

O delegado Thiago afirma que se a vítima de fato fez uma oferta, mas não tenha oferecido ameaça aos homens, o caso pode ser investigado como homofobia. Caso contrário, os trâmites seguem no sentido de uma tentativa de homicídio comum. 

A advogada Steli Ceolla Ribeiro defende que tal ameaça é improvável e acredita ser um caso de homofobia. Muitos amigos e conhecidos nas redes sociais se mobilizaram para protestar contra a violência, e também defendem se tratar de um crime de discriminação.

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A OAB de Santa Catarina se pronunciou sobre o caso, disse que irá acompanhar a investigação e, por meio da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero, pediu agilidade na apuração dos fatos. 

— A OAB sempre pautou suas lutas em prol da democracia, igualdade e pluralidade. A diversidade sexual e de gênero, por razões óbvias, estão inseridas nesse contexto. Precisamos construir uma sociedade justa, fraterna e igualitária e atitudes que pretendem reforçar o preconceito e a violência devem ser repudiadas — rechaçou a presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio.

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